Um dos exercicios mais curiosos feitos pelos oscarwatchers era descobrir qual o filme eleito na categoria principal que ia ver o seu realizador relegado para fora dos nomeados. Era uma tradição quase incontornável que levantou sempre muita polémica mas que espelha bem a independência que Hollywood gosta de dar a cada uma das categorias. A do manufacturer, o artesão por excelência num studio system, é ao mesmo tempo uma das mais respeitadas. De tal forma que muitos foram os cineastas galardoados sem que o seu filme acabasse por ser eleito o melhor. O espectáculo prevalecia no geral. O genio no particular.
Este ano com os 10 filmes candidatos esse jogo deixa de fazer sentido. E será altamente provável que entre os cinco nomeados, todos tenham o seu filme no lote de 10. A não ser que a Academia continue a querer reinvindicar o papel do autor entre os realizadores do sistema. Mesmo um sistema alargado.
Com a inevitável correlação de forças, seria de prever que o quarteto de favoritos tivesse uma nomeação garantida. Mas as contas são mais complicadas. Se Jason Reitman parece ser o claro favorito, a grande rival é em realidade Kathryn Bigelow, uma autora longe do mainstream que com The Hurt Locker voltou ao mapa de Hollywood. O seu trabalho tem sido louvado nos quatro cantos da América e mesmo que o filme esteja longe de ser o grande favorito ao Óscar, o seu trabalho não será menosprezado.
Lee Daniels, autor de Precious, pode correr o risco de ser visto como demasiado imaturo e com pouca experiência para lograr um lugar entre os maiores, mas o impacto do filme pode ser suficiente para garantir a sua nomeação. Com Clint Eastwood ocorre o oposto. O seu filme estará provavelmente entre os favoritos mas Clint conta já com tantas nomeações que pode haver vontade em deixá-lo de lado para abrir espaço a novos autores. A não ser que Invictus seja o sucessor natural de Million Dollar Baby.
Quanto a Peter Jackson e Rob Marshall, a nomeação também poderia parecer natural, mas será determinada pelo sucesso de cada um dos seus projectos. O neo-zelandês já tem uma estatueta mas depois do fracasso de King Kong percebe-se que a Academia tenha dúvidas em voltar a apostar no senhor da Terra Média. Marshall, pelo contrário, viu o seu filme ganhar o Óscar principal sem que ele tenha sido sequer nomeado. Este ano quererá a desforra. E isso neste jogo conta.
Excluindo este grupo de favoritos há outros nomes a ter em conta. James Cameron, vencedor por Titanic, quer quebrar as barreiras da lógica com Avatar. Se o filme se tornar no sucesso que muitos antevêm, a sua nomeação poderá significar um maior reconhecimento ao seu trabalho como inovador artesão. Já Jane Campion (A Bright Star), Lone Scherfieg (An Education) representam o que de melhor têm as cineastas de Hollywood. Mas dificilmente entrarão no lote de 5. Atenção igualmente a nomes que partem, teoricamente, de trás. Casos de Tom Ford (A Single Man) os irmãos Coen (A Serious Man), Quentin Tarantino (Inglorious Basterds), Neil Blomkamp (District 9) ou Michael Haneke (The White Ribbon).
Nomeados
Kathryn Bigelow (The Hurt Locker)
Jason Reitman (Up in the Air)
Lee Daniels (Precious)
Rob Marshall (Nine)
Clint Eastwood (Invictus)
Alternativas
Peter Jackson (The Lovely Bones)
Quentin Tarantino (Inglorious Basterds)
Jane Campion (A Bright Star)
Lone Scherfieg (An Education)
James Cameron (Avatar)
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