Desde que foi recomendado no programa diário da apresentadora Oprah Winfrey, o sucesso de Eat, Pray, Love livro abriu as portas à inevitável adaptação cinematográfica como sucede com qualquer best-seller do momento. O filme segue a tendência do livro, manual existencial para a geração yuppie que se senta a ouvir as palavras da sua guru e acredita ter atingido o cume da felicidade.
Reciclada Julia Roberts - actriz que nunca o foi em grandeza mas que nunca perdeu o condão da popularidade - depois de um hiato longo com pontuais aparições que mal se fizeram notar, o filme dirigido com simplicidade (talvez em excesso) por Ryan Murphy, está para os existencialistas de Oprah como Sex and the City está para as fashion-victims das grandes urbes. Um guia existencial para colocar em prática sob pena de sentir-se vazio em comparação com a mulher sentada ao lado. Eat, Pray, Love não é um filme feminino nem muito menos uma história feminista mas é claramente um projecto com um público alvo determinado: as mulheres, donas-de-casa sem aflições económicas ou empresárias, filhas da geração yuppie, a quem o dinheiro só já não chega. Tem de vir acompanhado por algo. Substancial, existencial. Digno.
Essa vergonha do êxito e do dinheiro tem marcado a literatura light norte-americana e o pensamento dos talk-shows da tarde. Com ele chega um público ávido de mensagens positivas. Como a protagonista desta história, uma mulher norte-americana que deixa tudo para trás (incluindo um divórcio inesperado) para procurar as três coisas que dão cor à vida: Comer, Rezar e Amar. Passa da bella Italia à mistica India e acaba com um amante latino (essa fantasia da América Branca feminina) na paradisíaca Bali. Javier Bardem surge nessa etapa a completar um elenco de nomes iluestres onde se destacam James Franco, Viola Davis, Richard Jenkins ou Billy Crudup.
Um filme com reviews compreensívelmente baixas que não deixa de espelhar a facilidade em que Hollywood embarca hoje em dia em projectos inspirados pela "hype" do momento sem entender que há sempre uma tecla que não funciona perfeitamente. Eat, Pray, Love entra nesta categoria e passe, sem honra nem glória, pelo ano cinematográfico.
Esta semana estreiam ainda:
António Ferreira regressa com mais uma aventura comercial com Embargo, comédia existencial centrada na vida de uma personagem embargada com a própria vida. Um empregado de uma roullote com um sonho (e um plano) acaba preso no seu automóvel em plena crise do petróleo, incapaz de por a andar a sua nova empresa e com tempo suficiente para analisar os porquês da sua vida ter entrado numa espiral negativa sem fim aparente. Filipe Costa, Cláudia Carvalho, Pedro Diogo, Fernando Taborda e José Raposo dão forma ao elenco do projecto.
A tortuosa relação entre o IRA e o Reino Unido continua a dar pano para mangas à medida que se vão conhecendo várias histórias que marcaram os anos de tensas relações entre ingleses e irlandeses. 50 Dead Men Walking segue a viagem encoberta de um agente policial inglês treinado para infiltrar-se e sobreviver dentro da organização terrorista irlandesa nos quentes anos 80. Dirigido por Kari Skogland o filme conta com Ben Kingsley, Jim Sturgess, Kevin Zegers e Rose McGowan.
Se há um filão que não se esgota em Hollywood é, sem dúvida, o da paródia dos grandes êxitos de bilheteira. Começou com as sagas de terror adolescente e segue, ano após ano, repetindo fórmula, actores, productores e paradiados. Vampires Suck é a última adesão à causa, desta feita num exercicio de paródia ao universo Twilight com um toque musical com wannabes de Lady Gaga ou dos Black Eyes Peas a entrar em cena. Jason Friedberg e Aaron Seltzer dirigem, Matt Lanter, Chris Riggi e Ken Jeong protagonizam.
Lasse Hallstrom dirige o remake do sucesso japonês Hachiko, história da relação de amizade entre um cão e um professor universitário relatada em flashback. Hachi é um cão enviado com destinatário mas que se perde pelo caminho e encontra em Parker, um professor que passava por acaso na estação onde se encontrou Hachi, um amigo inseparável. Um amigo para a eternidade. Richard Gere e Joan Allen protagonizam um dos dramas mais belos do ano cinematográfico.
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