Quinta-feira, 31 de Dezembro de 2009

O Ano em Resumo - O Melhor do Ano (II)

1 - Gran Torino

 

Cada novo filme de Clint Eastwood se transforma num papiro que há que guardar para a eternidade. À medida que a idade do cineasta avança o seu toque torna-se cada vez mais apurado e sublime. Consagrado definitivamente como o cineasta da década, Eastwood fecha estes dez anos com um dos seus filmes mais belos e brilhantes.

Gran Torino é uma ode à solidão e ao envelhecimento, mas também à resistência em cair na tentação da sociedade contemporânea em descartar os mais velhos da dureza do dia a dia. Longe de descartável, Clint embarca aqui para uma última viagem de redenção depois de uma existência marcada por ódio, raiva e preconceito contra tudo aquilo que o rodeia e simboliza a "venda da América" aos milhões de emigrantes que vão entrando no país. A sua espantosa banda-sonora, o rosto impenetrável e as sequências filmadas entre constantes jogos de sombra e melancolia trazem o toque final a uma autêntica obra-prima que é sem dúvida o melhor que nos deixa este ano.  

 

 

2 - El Secreto de Sus Ojos

 

Há algo de mistico em cada plano de El Secreto de Sus Ojos. Há algo de profundamente belo em cada sequência, em cada olhar. Há algo de magia nesta viagem a um turbio passado de um país ainda a cicatrizar as suas feridas.

Da espantosa sinfonia visual do recinto do Racing Avellanada à tensão escalofriante de um elevador, de uma explosão de raiva e impotência ao silêncio contido de uma morte anunciada, El Secreto de Sus Ojos junta em si todos os sentimentos do ser Humano e mistura-os com uma selecção de gourmet. Se o apartado de actores é gerido de forma absolutamente brilhante, com um sublime Ricardo Darín a liderar a sinfonia, o apartado técnico não é deixado ao acaso em nenhum momento. É preciso respirar e mergulhar nesta história sem ter de voltar à tona porque o trabalho de Juan Jose Campanella é uma longa maratona de tensão emocional. Há sexo e desejo encobertos no humor sarcástico de um telefone maldito. No final o cineasta deixa-nos em conflicto com a nossa consciência e uma das maiores obras da história do cinema sul-americano.

 

 

3 - Revolutionary Road

 

Sam Mendes especializou-se no cinema inspirado no drama diário suburbano. Um mundo aparentemente cor-de-rosa mas que apodrece lentamente por dentro. Foi assim com American Beauty e volta a ser assim com Revolutionary Road. Com a subtil diferença de que a sua nova incursão, á parte de ser um filme assumidamente de época, desenha-se num tom mais realista e cru do que a sua obra de estreia.

Viajamos até à gloriosa América do pós-guerra onde tudo era oportunidades. A ponto de que um homem que quer ser pintor e uma mulher que sonha em ser actriz se juntam e decidem trocar o bulicio da grande cidade pela tranquilidade dos suburbios. E assim abrem a sua particular caixa de Pandora. Uma caixa repleta de segredos e esqueletos escondidos, de dores inconfessáveis e de pecados inevitáveis. Há amor e traição, despeito e esperança, impotência e coragem e no final, uma total falta de misericórdia. É impossível suportar Revolutionary Road sem se aventurar num múltiplo questionário interno. Mendes toca no interior do espelho do Ser que se desperta todos os dias acreditando viver um sonho que na realidade não passa de um pesadelo disfarçado de adereços vendidos numa qualquer loja da esquina.

 

4 - Up

 

A Pixar fecha a sua década dourada de forma sublime. E perfeita.

Depois do maravilhoso WALL-E era complicado encontrar um sucessor à altura. Up corresponde plenamente. Porque surpreende. Porque contagia. Porque é perceptivel a qualquer idade, com qualquer experiência de vida. Por qualquer um de nós. Tem um dos arranques mais fantásticos e belos da história do cinema, uma viagem alucinante pelo que de mais belo tem o Mundo: o amor a dois ao largo de uma vida. E quando a Humanidade usa o seu temível foice leva-nos de viagem até bem longe. Numa casa que mais do que um lar se torna no veículo dos sonhos. De duas personagens bem distintas que na realidade buscam apenas o mesmo: a compreensão dos outros e alguém com quem partilhar as suas mais ousadas aventuras. A improvável união transforma-se na força do rejuvenescimentio e no meio de uma floresta mágica e selvagem somos levados a acreditar no verdadeiro poder de redenção da coragem. Que ultrapassa qualquer debilidade humana. Pete Docter desenhou cada traço de emoção que ainda hoje late no nosso coração e deixou-nos o melhor postal de fim de ano num filme que é, a todos os titulos, um hino à beleza da vida.

 

 

5 - District 9

 

 

 

No país da moda - a África do Sul - há 20 anos atrás a vida era radicalmente diferente. Mas poucos se vão lembrando do que foi a crueza do Apartheid. Felizmente há Neil Blomkamp para nos relembrar o que significa guetizar e demonizar aqueles que acreditamos ser inferiores. É essa a fascinante premissa de District 9, um filme que leva a ficção-cientifica a outro patamar. Sem os espantosos efeitos especiais de um filme como Avatar ou Star Trek, a mensagem de District 9 é bem mais impactante. Uma nave extra-terrestre despenha-se em plenos subúrbios de Joanesburgo e os seus tripulantes, doentes, pedem auxilio aos humanos. Estes, em lugar de os receber de braços abertos, condenam-os a uma vida de ostracismo numa área proibida a tudo e todos. Os efeitos com a marca da casa da WETA e a produção de Peter Jackson dão o selo de qualidade á obra deste estreante. Um dos filmes mais originais e marcantes do ano cinematográfico. 

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 15:42
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Quarta-feira, 30 de Dezembro de 2009

O Ano em Resumo - O Melhor do Ano (I)

Com 2009 a chegar aos últimos suspiros é inevitável relembrar os melhores momentos cinematográficos que nos deixa o ano. Filmes que entram directamente na galeria das obras inesquecíveis e que num futuro, não demasiado longinquo, espelharão as diferentes sintonias que se fizeram sentir ao largo deste final de década. Do poder de um drama humano à beleza de uma aventura sem limites sem esquecer as constantes inovações do universo da animação, 2009 foi um ano que nos deixa óptimas recordações que vamos agora relembrar no nosso TOP 10.

 

6 - Slumdog Millionaire

 

Electrizante hino à felicidade de Danny Boyle que recupera um pouco do espirito de redenção capriano. O cenário pode ser a surpreendente Mumbai mas Slumdog Millionaire é um verdadeiro filme global. Seguir a vida do jovem Jamal é uma epopeia alucinante. Desde os bairros de lata da cidade que simboliza a nova India até às imperdiveis viagens de comboio por esse gigante desconhecido, Boyle apresenta-nos de uma forma poética ao lado mais duro da existência num país que apesar de se afirmar como economia emergente continua a viver em circunstâncias de terceiro mundo.

A vibrante banda sonora que acompanha o filme dá um tom mistico a um projecto que muito para lá dos prémios logrados ao largo do ano soube demonstrar que é possível fazer cinema de entretenimento sem cair nos lugares comuns e em emoções gratuitas. Com Slumdog Millionaire tudo na vida tem um preço. Mas o do filme vale bem a pena pagar.

 

 

7 - The Curious Case of Benjamin Button

 

David Fincher habituou-nos ao seu particular estilo narrativo. Tenso em S7ven e The Game, sarcástico e explosivo em Fight Club ou meramente contemplativo em Zodiac. Aceitar um desafio tão intenso como adentrar-se na vida de um homem que nasce no corpo de um velho e acaba por morrer recém-nascido foi talvez o maior dilema da sua carreira. O resultado final é mais do que alentador.

The Curious Case of Benjamin Button é uma das mais belas histórias que invadiram os cinemas esta década. É uma bela narrativa sobre um homem desenquadrado do mundo, destinado a errar contra a maré, sem amigos nem parceiros. Mas também de um homem que se revolta contra a sua condição e que decide viver quando os outros lhe destinam apenas a dura e cruel morte. Brad Pitt oferece o seu melhor registo como o tranquilo Benjamin Button enquanto que Cate Blanchett é divina como a sua eterna amada, resignada ela também a aceitar o destino que a separa constantemente do homem a quem estava destinada. Um filme em que o relógio para no primeiro instante e nos deixa levar até à imensidão da saudade de tempos que já não voltarão.

 

8 - Defiance

 

Há filmes sobre a II Guerra Mundial para encher uma biblioteca. Mas há pouqissimos sobre o outro lado da guerra. Enquanto que Hollywood se divertiu a invadir Itália ou a Normandia, em Defiance viajos até às escuras florestas da Bielorrusia onde se travaram talvez os mais duros confrontos do conflito. Mas se o cenário é de guerra, o filme é sobre as pessoas. Os resistentes. Três irmãos que se unem para salvar os seus, abdicando de tudo para sobreviver. As relações que os unem e separam, a encruzilhada onde se encontram e a brutalidade da guerra dão uma impensável dimensão humana a que os livros de história teimaram em esquecer. Relembrar esses heróis desconhecidos é lembrar ao espectador que o heroísmo é poucas vezes obras de um só homem e que no final acaba por ser reflexo da coragem e sacrificio de muitos.

 

 

9 - Public Enemies

 

Michael Mann regressa em grande estilo com esta viagem ao mundo sem lei da Lei Seca. Enquanto que a narrativa é suficientemente captivante para manter o espectador desperto, é o aspecto visual que mais interessa nesta viagem ao passado de Mann. Recuperando o estilo que já deixou antever em Collateral, utilizando ao máximo as potencialidades do video digital, há algo no trabalho estético de Public Enemies que se assemelha uma longa poesia melancólica. Não é apenas o olhar abandonado de um Dillinger brilhante ou a seriedade com que Bale contempla cada uma das suas presas. É um verdadeiro enfrentamento social entre a liberdade e as restrições, a sociedade e o eterno selvagem. Nessa fábula de final triste o acreditar é o trunfo para sobreviver. E tal como Dillinger, esse implacável assaltante, também nos lembramos de que as cordas que nos atam nunca serão suficientes para quebrar o poder dos sonhos.

 

 

10 - Waltz with Bashir

 

A evolução constante por que passa o cinema de animação é um dos pontos altos da década. Não só o cinema de estúdio mas particularmente as iniciativas de autores que procuram através da animação explorar mundos ainda ocultos. Foi assim com Belleville Rendez-Vouz, com Persopolis ou com Corpse Bride. E é inevitavelmente assim também com Waltz with Bashir.

A grande curiosidade à volta deste profundo drama bélico do subconsciente humano é que o filme consegue humanizar um dos mais brutais conflitos da história do século XX. Uma viagem a recordações túrbias que ninguém quer realmente relembrar e que leva o espectador a acreditar no poder da expiação. O cenário até podia ser a Guerra do Libano mas não o é. O cineasta Ari Folman não deixa de surpreender neste seu olhar tão pessoal do sofrimento alheio e dos seus próprios pecados pessoais. Com forte carga dramática mas sem nunca cair no exagero, Waltz with Bashir é um dos filmes mais humanos de 2009.

 

Amanhã publicaremos o restante top 5 da lista dos Melhores do Ano para o Cinema.

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 13:04
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Terça-feira, 29 de Dezembro de 2009

O Ano em Resumo - O Pior do Ano (II)

1 - Inglorious Basterds

 

Há autores que caem no goto do público ou da critica e, façam o que façam, é impossível sacá-los dali. Quentin Tarantino é um desses nomes. Notável cinéfilo com um profundo conhecimento de obras que a maioria dos criticos deixaram para quinto plano, Tarantino seria um bom historiador do cinema não gostasse tanto de si próprio. Essa paixão sobrenatural sobre o cinema de séries Z, X e Y é a sua perdição. Inglorious Basterds, tal como tinha sido Kill Bill, Jackie Brown e Death Proof volta a pecar de soberbia. É um filme de um cinéfilo apaixonado para si mesmo. E o público adora-o por isso. E se cinematograficamente Inglorious Basterds morre no final da primeira (e óptima) sequência, o que se segue é um metralhar de lugares comuns onde o cinema é figura omnipresente. Temos realizadores, actores, criticos, exibidores, uma sala amaldiçoada, um filme maldito e uma guerra sem sentido. Pelo meio um grupo de assassinos sem piedade e um coronel obsessivo. Ao misturar todos os conceitos numa amalgama final, QT perde-se dentro do seu próprio espelho. Exagera visualmente com os Bastardos que dão titulo ao filme, não vai longe o suficiente com a trama que deveria conduzir a história e no final limita-se ao habitual copy-paste dos seus géneros preferidos (spaghetti western, filmes de acção de terceira linha) transformando até o próprio sentido da História. Ao lado de Inglorious Basterds um filme como The Dirty Dozen transforma-se numa pequena obra-prima.

 

 

2 - Los Abrazos Rotos

 

O cinema europeu concebeu poucos autores com tanto carácter como Pedro Almodovar. Os trinta anos de carreira que já leva às costas foram demonstrando uma notável evolução da habitual comédia de costumes, tão popular nos anos da La Movida madrileña, para dramas de profunda dimensão humana como foram Todo Sobre Mi Madre e Habla Con Ella.

Los Abrazos Rotos significava um regresso ao drama em formato de suspense que tão bons resultados tinha conseguido com Carne Tremula. Mas as diferenças são assustadoras. Nesta nova colaboração com Penelope Cruz o cineasta perde-se dentro da própria teia que teceu. Um filme dentro de um filme. Um cineasta perdido dentro de si mesmo. Uma familia que vive uma mentira e uma morte que pode ser mais mentirosa que a realidade. De tantas sub-tramas Almodovar esqueceu-se do mais importante, o fio conductor narrativo. Sem isso as suas sequências de planos a relembrar o cinema noir dos anos 40 caem em saco roto e Los Abrazos Rotos entra directamente para a lista dos seus maiores falhanços.

 

 

3 - Tetro

 

Poucos são os cinéfilos que há uma década não colocariam Francis Ford Copolla na lista dos 10 melhores cineastas dos últimos 30 anos. Um êxito que o autor deve essencialmente à sua trilogia The Godfather mas também a filmes geniais como The Conversation, Tucker, One From the Heart e claro, Apocalipse Now. Poucos são os que o manteria no dia de hoje. Todo esse brilhante passado de Copolla parece de outro cineasta. O Francis Ford da actualidade transformou-se num experimentalista com tons de amadorismo puro que fazem da sua última estreia, Tetro, um fracasso em toda a linha. Esquecendo por completo décadas de evolução cinematográfica, o seu drama familiar em terras argentinas aborta por completo qualquer cinema de montagem - que tão bem desenvolveu nos anos 70 - e dá aos actores a liberdade de um palco inexistente perdendo toda a mistica dos grandes planos e dos travellings sequência. Em Tetro há apenas fantasmas, o maior dos quais do próprio cineasta que está a anos-luz do que alguma vez pensou ser.

 

4 - Agora

 

Com uma carreira praticamente imaculada era inevitável que, mais tarde ou mais cedo, Alejandro Amenabar caísse no pecado básico de um autor a quem finalmente dão os meios que só as super-produções logram e perde o controlo da sua obra. E o curioso é que em Agora todos esses meios que permitiram recrear em Malta a mitica Alexandria do século V não se notam. À parte do cenário extremamente limitado, do vestuário repleto de incoerências e dos sucessivos erros históricos - todos elementos habituais nos filmes históricos - o grande problema de Ágora está na sua essência. Quer ser um filme sobre a tolerância e a valorização da ciência sob a religião e acaba por falhar totalmente no seu propósito. Coloca a tónica no centro da vida de uma filosofa do qual a história não guardou qualquer registo escrito e transforma-a numa Leonardo da Vinci da antiguidade sem nenhuma razão aparente. Mistura eventos e crónicas para explicar a genialidade de Hypathia e leva-a a tornar-se numa politica sagaz no meio de uma túrbia guerra entre três religiões que deixa a temática cientifica completamente para segundo plano. O filme demoniza a origem do Cristianismo, eleva o Paganismo à condição de religião tolerante e protectora do mundo cientifico e perde a identidade quando decide tomar partido quando devia apenas pairar e deixar que a história siga o seu curso. Os sucessivos planos de um planeta no meio do nada quando a situação entra nos seus momentos mais dramáticos exemplifica a falta de meios e coragem de um cineasta que comoveu o mundo com Mar Adentro e o deixou petrificado com The Others ou Tesis. Desta feita Amenabar perdeu-se no labirinto da história. 

 

 

 

5 - Vicky Cristina Barcelona

 

Há um par de anos Woody Allen completava a sua viagem por Inglaterra e saía rejuvenescido. Não só Match Point tinha entrado directamente para a galeria das suas melhores obras como Scoop e Cassandra´s Dream não destoavam da sua notável filmografia. Mais, para um realizador claramente em decadência, a viagem à Europa era uma verdadeira lufada de ar fresco. Até que chegou Vicky Cristina Barcelona. Rodado em Espanha o filme explora a relação tormentosa entre um pintor, a sua neurótica ex-mulher e uma turista americana que viaja até Barcelona com a sua melhor amiga antes desta se casar. As paixões intensas, os amores proibidos e as relações a três vão-se misturando à medida que se nota que Allen quer recuperar o estilo inocente de Jules et Jim mas explorando a sensualidade da dupla Scarlett Johansson-Penelope Cruz. Pelo meio o autor desfruta das vistas do parque Guell e de bom vinho esquecendo-se de dar uma coerência às desventuras amorosas e existenciais da sua troupe. O resultado é um dos filmes mais fracos da carreira de Allen e um dos pontos fracos do ano.

 

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 12:55
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Segunda-feira, 28 de Dezembro de 2009

O Ano em Resumo - O Pior de 2009 (I)

Calcular o pior de um ano cinematográfico é sempre uma equação complexa. Depende sempre de vários factores onde as expectativas e os nomes jogam muito. Não é o mesmo um filme de grande orçamento ou de um autor consagrado desiludir e entrar na galeria dos piores do ano para um cinéfilo que uma produção já orientada com um objectivo preciso no qual o cinema joga realmente pouco. Nos próximos dois dias olharemos para as grandes desilusões cinematográficas do ano que reveleram o pior do que nos ofereceu em 2010.

 

6 - The Spirit

 

Depois do retumbante sucesso do genial Sin City, o escritor Frank Miller apaixonou-se por todas as possibilidades que o grande ecrã oferecia a um autor tão visual e cínico como ele. Decidiu então separar-se de Robert Rodriguez - com quem prepara a ansiada sequela de Sin City - e estrear-se a solo na realização. The Spirit podia mesmo ser catalogado como o pior filme de 2010 a nível cinematográfico. É uma amalgama de planos copiados do filme anterior mas sem a mesma subtileza e estilo que o cineasta mexicano consegue imprimir. Não fossem as baixas expectativas à volta do estreante Miller - que se rodeou, uma vez mais, de mulheres habitualmente presentes nos tops das mais sexys para compensar a falta de poder visual da sua narrativa - e o filme venceria claramente a classificação do ano. Mesmo assim é uma das estreias mais infelizes da longa história da 7 Arte, deixando no ar dúvidas relativamente a novas adaptações do mesmo formato do universo do comic norte-americano.

 

 

7 - The Internacional

 

Muita expectativa rodeava a estreia em Hollywood do promissor cineasta germânico Tom Tywker depois do sedutor Run Lola Run. O cineasta rodeou-se de dois belissimos actores e tinha uma excelente base de trabalho. Que foi incapaz de transformar num projecto convincente. O crime de The Internacional é a sua falta de credibilidade. Num mundo em crise explorar o papel maquiavélico que rodeia as instituições bancárias é interessante mas transformar um drama de sobrevivência num ajuste de contas onde as peças se encaixam de forma demasiado forçado é um pecado incorrigível. Não só a meio da narrativa a história já está completamente destroçada como a própria dinâmica de camara decide seguir o caminho da forma, apostando em planos largos e arriscados, deixando de lado o valor do conteúdo que era a verdadeira atracção que rodeava o projecto. Estreia abortada para Tywker e uma das supremas desilusões do ano.

 

 

8 - 2012

 

O cinema catástrofe relembra-nos as primeiras tentativas da década de 70 onde os meios ainda eram poucos para as tremendas ambições de destruição que rodeavam dramas como Towering Inferno e Airport. Passados mais de 30 anos o único sobrevivente do género é Roland Emmerich com o particular defeito de assinar o enésimo filme igual a si próprio. 2012 não traz consigo nenhuma novidade dos seus cataclismos prévios apesar de todo o marketing que rodeou a milionária produção. Há planos que são pura e simplesmente cópias de The Day After Tomorrow e Independence Day. E quando esse crime sucede ao realizador basta apenas calar e consentir e ao espectador arrepender-se de cair no mesmo erro uma vez mais.

 

 

9 - The Reader

 

Apesar do Óscar (finalmente) logrado por Kate Winslet a própria actriz terá consciência de que The Reader ficou a meio caminho do que queria ser. E não há nada pior para um filme do que chegar quase lá. O grande pecado da adaptação da célebre novela sobre um jovem que se apaixona por uma mulher acusada de crimes contra a Humanidade durante o nazismo e vive atormentado por esse facto ao largo de toda a sua vida é, pura e simplesmente, a sua total falta de sentimento. Apesar do drama que rodeia toda a narrativa (o analfabetismo da protagonista, a expiação da culpa, o horror do Holocausto e a falácia dos tribunais que julgaram os oficiais nazis) o filme passa imaculadamente ao lado do sentir e tenta subsistir apenas com um planteamente racionalista. Quando se joga tanto com sentimentos e valores é impossível ser-se tão inflexível como a expressão de um envelhecido Ralph Fiennes ao volante do seu carro num dia de chuva impiedosa. Stephen Daldry volta a oferecer mais forma que conteúdo - depois de The Hours ter sobrevivo com o mesmo pecado - e Winslet fecha de forma infeliz um ano que poderia ter sido brilhante.

 

 

10 - Valkyria

 

Tom Cruise continua na fase descendente da sua carreira mas desta feita contou com o inesperado auxilio de Bryan Singer. O consagrado autor de The Usual Suspects aliou-se ao antigo idolo de adolescentes para recuperar a história de um grupo de oficiais nazis que planearam assassinar Adolf Hitler e por um ponto final à II Guerra Mundial. As intenções são boas mas o resultado deprimente. Não só a galeria de bons actores (onde também andam Kenneth Branagh e Bill Nighy) parece estar constantemente em piloto automático como o filme se perde demasiado em preciosismos de época perdendo em dinâmica narrativa. Uma perda que faz que a meio do filme a história esteja demasiado corrumpida para convencer. Um projecto do mais ambicioso que nos ofereceu o ano e que falhou em toda a linha.

 

Amanhã divulgamos os cinco primeiros classificados do top.

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 13:33
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Domingo, 27 de Dezembro de 2009

O Ano em Resumo - As Melhores Performances (II)

1 - Ricardo Darín - El Secreto de Sus Ojos

 

Desde há uma década para cá que o cinema argentino tem sofrido uma notável evolução. O principal rosto desta mutação chama-se Ricardo Darín. Um autêntico Marlon Brando da América do Sul, Darin responde com um olhar a todas as dúvidas de um espectador. É um actor completo, tanto capaz de fazer-se desaparecer dentro da personagem como de crescer a ponto de inundar o ecrã. Depois de El Hijo de la Novia ou Kamchatka, o seu protagonista de El Secreto de Sus Ojos entra directamente para a galeria dos melhores desempenhos da década. Um mixto de obsesão, medo e incerteza que rodeia cada caminhar do seu detective de meia-idade, amargurado por um amor perdido e incapaz de viver no desconhecimento de um evento que determinou para sempre o destino da sua vida. Uma performance estelar.

 

 

2 - Kate Winslet - Revolutionary Road

 

Olhando pela janela, sorriso amargurado e olhar triste. A definição perfeita da triste mulher suburbana a quem o tempo e a vida roubou todos os sonhos surge a cada passo de Revolutionary Road. A cada olhar e movimento de Kate Winslet. A actriz que até levou para casa o Óscar por uma das suas mais vulgares interpretações transbordou de emoção contida cada explosão de raiva contra o relógio do tempo. O seu final agónico e triste, como cada passo da sua existência, lembram o espectador do dramática que pode ser a vida perfeita.

Winslet é sem dúvida alguma a actriz da década e tem-no vindo a demonstrar desde Iris até hoje. Mas nenhum dos seus desempenhos logrou tocar o nível de perfeição que a sua viagem ao passado da América no filme do seu Sam Mendes.

 

3 - Clint Eastwood - Gran Torino

 

Quando se dizem que velhos são os trapos a memória leva-nos imediatamente até Clint Eastwood. Não pelo facto de perto dos 80 anos continuar a ser, de longe, o melhor realizador em actividade. Essa certeza já há muito a tinhamos. Mas no seu Gran Torino ficou claro que o seu lado de actor continua a melhorar com o passar dos anos. O impassível Dirty Harry tornou-se num rosto repleto de emoção e magia. O seu velho rabugento de Gran Torino resume toda a bondada amarga que pode trazer a vida. É uma aventura de amizade plena que define a própria carreira do actor mais maltratado pela critica norte-americana dos últimos quarenta anos. É um dos melhores hinos ao cinema que nos presentou Eastwood.

 

4 - Sean Penn - Milk

 

Quando venceu o primeiro Óscar a verdade é que há muito que Sean Penn gritava pelo reconhecimento. Tinha uma bagagem de personagens furiosas e repletas de raiva dentro de si que queriam atenção. Foi uma vitória justa por um reconhecimento de carreira. Bem diferente deste seu triunfo em Milk. Nesta filme sobre os direitos civis da comunidade homossexual não há a habitual raiva e ódio ao Mundo. Pelo contrário, o seu Harvey Milk é o oposto do que imaginamos em Penn. E por isso resulta tão fascinante a sua transformação. Não é apenas o exercicio de caracterização, visual e de detalhes como os gestos, a fala, a atitude. É a encarnação de um ideal de vida que advogou pela tolerância e acabou vitima dos seus próprios ideais. E a quem Penn deu contornos bigger than life.

 

 

 

 

 

5 - Meryl Streep - Doubt

 

Se Winslet é a grande actriz da década, Meryl Streep é claramente a grande actriz contemporânea. Desde há mais de 30 anos que tem vindo a demonstrar, ano após ano, que chega a patamares que outras sonham apenas em alcançar. Este ano deu-nos dose dupla, uma vez mais, da sua genialidade pura. Se em Julia and Julie foi divertida, irreverente e profundamente cinica, em Doubt foi sobrehumana. Uma performance arrebatadora do primeiro ao último frame. Seca, voraz e implacável, é uma personagem de constante conflito interno que não se pergunta a si própria o porquê de tudo e que acaba no final por perceber que é apenas mais uma peça no xadrez. Um xadrez que ela achava controlar. Streep despoja-se de tudo o que é superfulo e vive intensamente o furioso hábito de freira para demonstrar, uma vez mais, o quão brutal pode ser o silêncio.

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 12:29
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Sábado, 26 de Dezembro de 2009

O Ano em Resumo - As Melhores Performances (I)

O que seria do cinema sem os actores. São eles que dão corpo às ideias do argumentista, que enquadram em si todos os pequenos detalhes de guarda-roupa, cenário e maquilhagem dos milhares de técnicos que dão cor à indústria. E são eles e elas as musas dos grandes directores que através do pequeno olho são capazes de mudar o destino da história. Aqui seguem as 10 melhores performances de 2009 numa decisão sempre complicada pelo excelente nível que nos ofereceu o ano.

 

6 - Mickey Rourke - The Wrestler

 

Foi um comeback em toda a linha. Mickey Rourke provou com The Wrestler que os que apontavam há 25 anos que ali estava uma estrela em potência na realidade não se enganavam. Enganado esteve ele durante todo este tempo até que o mundo do wrestling o ajudou a ressuscitar com a preciosa ajuda de Darren Aranofsky que confiou nele do primeiro ao último segundo. O olhar honesto de Rourke é a verdadeira mais valia de um filme que alinha pelo discurso directo e realista de um mundo que engana a ilusão do espectáculo que enche pavilhões e vende audiências.

 

 

7 - Matt Damon - The Informant!

 

A evolução de Damon é um dos grandes fenómenos da década. Já pouco resta do atrevido actor de Good Will Hunting e Dogma. Hoje Matt Damon é um actor em pleno estado de maturidade criativa. Tem-no vindo a demonstrar, ano após ano, e sempre mantendo a sua habitual tranquilidade. As suas personagens são criações de dentro para fora e repletas de pequenos detalhes que no final fazem toda a diferença. Depois da trilogia de Bourne, The Departed ou The Good Shepard o actor volta a mostrar o seu melhor rosto no hilariante The Informant!. E se há algo que falta ao filme de Soderbergh para dar a estocada final, já a caracterização absoluta do actor é sublime e digna de figurar entre os momentos do ano.

 

 

8 - Sam Rockwell - Moon

 

Um filme absolutamente obsessivo com um desempenho absolutamente lunático.

Moon marca mais uma viragem no universo sci-fi mas mais do que o aspecto narrativo da história é a interpretação de Rockwell que captiva o espectador. O actor por excelência do underground que já tinha mostrado um pouco da sua loucura no já longinquo Confessions of a Dangerous Mind volta a provar que ainda há motivos para confiar nele. O seu astronauta abandonado nos confins do espaçop a poucos dias de voltar a casa é uma personagem absolutamente intrigante. Um espelho num mar de dúvidas em que Rockwell  nos faz mergulhar e da qual é impossível sair.

 

 

9 - Michael Sheen - The Damned United

 

É um dos actores britânicos mais notáveis da sua geração e tem-no vindo a demonstrar filme atrás de filme. Depois de dar cara a um brilhante Tony Blair em The Queen e de ter sido a alma dandy de Frost/Nixon o britânico Michael Sheen voltou a adicionar à sua galeria mais uma biografia de luxo.

Em The Damned United é impossível não reconhecer o sarcástico Brian Clough por detrás da máscara de Sheen. Uma personagem conflictiva e complexa que o actor captou perfeitamente na sua essência demonstrando que é um verdadeiro perito na desconstrução de personagens.

 

10 - Johnny Depp - Public Enemies

 

Era um dos projectos mais ambiciosos do ano mas Public Enemies acabou por não emergir como uma obra consensual. No entanto as contas não sairam furadas a Johnny Depp que volta a mostrar que o seu John Dillinger é uma obrigatória referência na sua vasta filmografia de ouro. O actor encarnou na perfeição o ideal do gangster rebelde dos anos da Lei Seca. Sem cair no habitual overacting que o transformou num puzzle para a critica e fãs, Depp conteve-se e comeu literalmente o ecrã com o seu sorriso disfarçado. Um passo mais na consolidação de uma carreira que foi das mais espantosas da década e a que apenas falta a tão ansiada estatueta dourada.

 

 

Amanhã divulgamos os 5 primeiros classificados da lista.

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 12:19
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Sexta-feira, 25 de Dezembro de 2009

Cinema - O Ano em Resumo

A partir de hoje o Cinema começa a recuperar os melhores momentos de 2009.

 

Uma escolha complexa face à natural impossibilidade de tudo ver e conhecer. No entanto queremos deixar a imagem do que foi para o Cinema o Melhor e o Pior de 2009 bem como as mais destacadas performances deste ano cinematográfico que chega ao seu final.

 

Sejam bem vindos a esta última viagem cinematográfica de 2009 preparando-nos já todos para mais um ano que ameaça repetir a mesma fórmula das temporadas anteriores com a grave crise de ideias dos estúdios norte-americanas e a progressiva evolução do cinema em zonas como a América do Sul e Ásia que nos deixaram alguns dos mais belos momentos do ano.

 

Do rosto de uma angustiada Kate Winslet ao vibrante mundo de Slumdog Millionaire, da beleza de Up até à loucura de Sam Rockwell, o ano termina com a certeza de que, passe o que passe, o Cinema continua a ser pura magia.

 

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 16:07
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Quinta-feira, 24 de Dezembro de 2009

London Film Critics anunciam nomeados aos prémios de 2009

O francês Un Prophete, o britânico An Education e The Hurt Locker são os grandes candidatos a vencer os London Film Critics 2009 que anunciaram os nomeados aos prémios da edição de este ano.

 

Un Prophete, Avatar, The Hurt Locker, Up in the Air e Das Weiss Band foram os cinco projectos nomeados ao Melhor Filme do Ano. Relativamente aos filmes britânicos, que têm direito a uma categoria especial, An Education, Moon, In the Loop, Fish Tank e Bright Star foram os nomeados do ano.

 

Relativamente aos prémios britânicos destaque ainda para os nomeados na categoria de Melhor Realizador (Andrea Arnold, Armando Ianucci, Duncan Jones, Kevin McDonald e Sam Taylor), Melhor Actor (Peter Capaldi, Colin Firth, Tom Hardy, Christian MacKay e Andy Serkis) e Melhor Actriz (Helen Mirren, Emily Blunt, Carey Mulligan, Kristin Scott-Thomas e Katie Jarvis). 

 

Quanto aos nomeados fora do circulo britânico a London Film Critics elegeu Kathryn Bigelow, Jacques Audiard, James Cameron, Michael Hanake e Jason Reitman ao prémio de Melhor Realizador. Na categoria de Melhor Actor Jeff Bridges compete contra George Clooney, Christoph Waltz, Tahar Rahim e Michael Sthulbarg. Entre as actrizes a disputa adivinha-se entre Carey Mulligan, Meryl Streep, Vera Farmiga, MoNique e Abbie Cornish. 

 

A edição deste ano do London Film Critics entregará igualmente um prémio de carreira a Quentin Tarantino, apesar da única nomeação atribuida a Inglorious Basterds. Ao mesmo tempo anunciou um top 10 dos Melhores Vencedores da categoria de Melhor Filme desde 1979. Apocalipse Now lidera a lista e é seguido por Schindler´s List, The Lives of Others e Unforgiven. 

 

Os prémios serão entregues a 18 de Fevereiro numa cerimónia em Londres.

 

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 11:44
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