Segunda-feira, 31 de Janeiro de 2011

The King´s Speech acelera para os Óscares

Um fim de semana memorável para o filme inglês que arrecadou os principais prémios dos sindicatos americanos triunfando na entrega dos DGA e SAG.

 

Tom Hooper triunfou surpreendentemente sobre a concorrência, em particular o favorito David Fincher, e arrecadou o prémio entregue ao melhor realizador do ano pelo sindicato norte-americano. Uma surpresa porque Hooper é britânico (num prémio iminentemente americano) e um realizador relativamente desconhecido até à estreia do seu último filme, a história da superação da gaguez do monarca George VI.

 

Colin Firth, que deu voz ao rei, confirmou as expectativas e triunfou como melhor actor na gala dos SAG.

A ele juntou-se o elenco completo de The King´s Speech que venceu o prémio ao Melhor Elenco do Ano, uma especie de reconhecimento geral dos actores por um projecto em particular. Nem Geoffrey Rush nem Helena Bonham Carter venceram nas categorias individuais - o triunfo, como esperado, foi para a dupla de The Fighter, o galês Christian Bale e a americana Melissa Leo - mas a vitória dos homens do rei como colectivo reforça ainda mais o favoritismo do filme que já tinha vencido, na passada semana, o Producer´s Guild Award, fazendo assim o pleno nos principais prémios da indústria prévios à entrega dos Óscares.

 

Natalie Portman saiu como a grande ganhadora entre as actrizes e reforçou igualmente o favoritismo para uma noite onde The Social Network espera poder virar a maré negativa em que mergulhou nas últimas duas semanas depois de parecer durante dois largos meses como o vencedor antecipado aos prémios da Academia de 2010.

 

 

 

 

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 08:32
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Sexta-feira, 28 de Janeiro de 2011

Black Swan - Asfixia humana

um ritmo psicadélico que entranha quando as vibrações modernistas do Baile dos Cisnes se mesclam com o rosto, a chave de todo o filme, de Natalie Portman, em estato de êxtase total. A loucura que rodeia a transformação de uma bailarina é o pano de fundo para que Darren Aronosfky continue na sua pugna constante sobre o obscuro lado humano até à exaustão da auto-destruição...

 

 

 

Pode dizer-se que Black Swan é a história de uma bailarina inocente que redescobre o seu lado mais obscuro. Mas isso não seria verdade.

Como a obra original, a mesma que ofereceu noites inesqueciveis de ballet ao longo das décadas, o lado negro só pode emergir porque já lá está, escondido, no coração de cada ser humano. Aronofsky, desde Requiem for a Dream, tem-se esforçado em explorar esse lado negro da Humanidade dando-lhe protagonismo, alma e razão de ser. Os auto-destructivos são a base do seu trabalho e assim foi nesse perturbador filme de 2000 da mesma forma que assim se reinventou em The Wrestler. O projecto que lhe devolve à ribalta é antigo, era sobre um ensaio teatral e tinha uma origem bem diferente do que se pode imaginar. E então chegou Natalie Portman e fez do filme seu. Mas se a actriz conseguiu montar um espectáculo à sua volta, espectáculo esse que lhe pode valer o bilhete de entrada para a realeza de Hollywood, quinze anos depois de Leon, the Professional, o lado negro de Aronofsky continua a dominar cada frame, cada sequência, cada grito mudo.

Para muitos o filme baseia-se no desempenho soberbo de uma actriz de muito potencial (Garden State, Closer já o tinham sugerido) mas Black Swan é muito mais do que isso. É, sobretudo, um filme de autor sobre autores. O autor da nova encenação (soberbo, Vincent Cassell), os autores dos passos nos palcos passado (Winona Ryder, resgatada tenebrosamente), do presente (a frágil Nina portmaniana) e futuro (essa visão sugerente e alada chamada Mila Kunis) e os autores fracassados (Barbra Hershey, imensa, como mãe controladora e bailarina fracassada). Esses autores dos seus pequenos mundos interlaçam-se numa história que caminha para um final inevitável do qual poucos conseguem sair com vida. Ou, pelo menos, com total sanidade mental.

 

Nina percorre todos os caminhos da auto-destruição dentro da sua mente. Fisicamente as consequências são insignificante porque a música continua a rolar no seu cérebro a cada instante. O sentimento de culpa emerge em cada momento como uma expurgação dos seus pecados mentais, como de um exercicio de auto-flagelação se tratasse.

A impotência sexual, inspirado num amor não correspondido com um homem que procura sacar a mulher que há dentro dela, transforma-se num monstro invisivel que a transforma numa pecadora masturbadora ou numa apaixonada lésbica, momentos que o seu cérebro recria para tapar o prazer negado de cada movimento da sua personagem no palco. A mãe asfixiante é assassinada, mentalmente, vezes sem conta, quebrada em mil pedaços, no meio da sua também obsessão, por emergir como o lado negro do seu partiular espelho roto. E depois há Lilly, o seu alter-ego (a escolha do casting não foi inocente, bastando para isso ver as semelhanças fisicas entre Winona, Natalie e Mila), o seu objecto de desejo, sedução e ódio. A mulher que ultrapassa os limites, a mulher que vive ancorada no prazer é também a sua rival interior, o espelho de toda a sua negatividade melancólica. O exercicio de auto-destruição começa e acaba nessa busca pela perfeição, nesse leit motif castrador que encerra Nina em si mesma e impede de se encontrar com o seu lado negro. Se para ela o lado branco é o seu estado normal exterior, o lado negro é a sua viva obsessão interna. E por aí caminha o ritmo da narrativa, negra, seca, dinâmica e imperdoável.

Aronofsky pauta o ritmo de Black Swan repetindo-se até à exaustão da mesma forma que a histeria vive num eterno loop. A imensa banda sonora, tocada vezes sem conta, funciona para Nina como o gotejar do sangue nas veias num fluxo inevitável. Quando o sangue/os acordes terminam, o resto perde todo o sentido. E por isso todo o filme caminha, vorazmente, para esse sopro final. De inocência. Mas também de perdição.

 

 

 

Portman é imensa nesse espelho de auto-destruição, nessa construção de desconstrução, mas ao contrário do que se pode imaginar, é no leque de secundários que se encontra o verdadeiro espelho motivador de Black Swan. Kunis é como um refrescante soberano, Hershey e Ryder transformam-se facilmente em demónios humanos e Cassell, sobretudo ele, quem pauta o ritmo dessa corrida contra o fim. Cercada, asfixiada e mergulhada em si mesma, Natalie Portman é o resto. O que não é dizer pouco, não fosse ela, sobretudo, e ao contrário de Nina, o perfeito lado negro da humanidade...

 

Classificação -

 

Realizador - Darren Aronofsky

Elenco - Natalie Portman, Vincent Cassell, Mila Kunis

Classificação - m/16

Productora - Fox Searchlight

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 09:26
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Quinta-feira, 27 de Janeiro de 2011

Watts substitui Theron em Hoover

Depois de Charlize Theron ter comunicado que, afinal, não se irá juntar a Leonardo di Caprio no elenco do próximo filme dirigido por Clint Eastwood, o cineasta manteve-se no hemisfério sul e contratou outra célebre loura pela qual suspira meio Hollywood.

 

Naomi Watts junta-se assim ao projecto sobre a polémica vida de J. Edgar Hoover, fundador do FBI e um dos homens mais influentes da história recente dos Estados Unidos. O director do FBI será interpretado por Di Caprio, naquele que será o primeiro filme do actor com o realizador, que procurará explorar o lado oculto da vida de Hoover, da sua homossexualidade aos seus primeiros anos como director da agência, incidindo particularmente nos anos do "caso Lindebergh", que lançou definitivamente o FBI para a ribalta politica americana.

 

No filme a estrear em 2012 estarão também presentes Josh Lucas, Armie Hammer, Ed Westwick, Ken Howard e Damon Herriman. As filmagens estão previstas para a próxima Primavera, ficando em suspenso o projecto musical de Eastwood, um remake do popular A Star is Born com a cantora Beyoncé Knowles.

 

 

 

 

 

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 08:24
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Terça-feira, 25 de Janeiro de 2011

The King´s Speech lidera corrida aos Óscares. Nolan de fora, uma vez mais

O inglês Christopher Nolan já não deve saber o que tem de fazer para lograr entrar no top 5 dos nomeados da Academia de Hollywood. Uma década imaculado, um filme que é um dos sucessos do ano e, uma vez mais, ultrapassado no sprint final. Na madrugada californiana outros ingleses, os da equipa de The King´s Speech, celebram. O filme lidera a corrida ás estatuetas douradas com 12 nomeações, batendo por duas os rivais americanos de True Grit. Com oito, The Social Network, filme que continua a ser para muitos o grande favorito nas principais categorias.

 

O filme sobre a luta travada pelo reluctante monarca George VI contra a sua gaguez conquistou o coração dos membros da Academia que lhe otorgaram nomeações em praticamente todas as categorias, com principal destaque para as seis principais (Filme, Realização, Argumento, Montagem, Actor Secundário e Actriz Secundária, faltando apenas Actriz, onde o filme não tinha candidata), confirmando os sinais positivos dados já pela vitória no Producers Guild Awards. O filme também conta com nomeações em várias categorias técnicas desde Banda Sonora, Som, Guarda-Roupa, Cinematografia e Direcção Artistica.

 

Na corrida destaque também para Winter´s Bone, que "roubou" o último lugar na lista de Melhor Filme ao popular The Town, e que conta com um total de quatro nomeações (às que se juntam a de Argumento Original, Actriz e Actor Secundário), o melhor registo de um filme independente a par de The Kids Are Allright. Àquem das espectativas ficou também Inception. O filme não só falhou a nomeação de Nolan como também é uma ausência notória em Montagem e qualquer uma das categorias de representação.

 

Michelle Williams, por Blue Valentine, foi a grande surpresa ao conquistar uma nomeação ao Óscar de Melhor Actriz onde estará ao lado de Annette Benning, Natalie Portman, Nicole Kidman e a jovem Jennifer Lawrence. Na vertente masculinas não houve surpresas e o espanhol Javier Bardem e Jeff Bridges completam o trio de favoritos, com Colin Firth, Jesse Eisenberg e James Franco à cabeça. Nas categorias de desempenhos de suporte, nenhuma surpresa entres as actrizes (com a australiana Jackie Weaver a confirmar as boas indicações deixadas, precisamente há um ano em Sundance, e juntando-se a Helena Bonham-Carter, Steinfeld e a dupla de The Fighter, Melissa Leo e Amy Adams) enquanto que no reino masculino o surpreendente John Hawkes superou o jovem Andrew Garfield (The Social Network ficou assim apenas com uma nomeação interpretativa, a quota mais baixa dos candidatos ao Óscar) e juntou o seu nome a Rush, Bale, Ruffalo e Renner (a única nomeação de The Town).

 

Entre os realizadores a surpresa foi a entrada dos irmãos Coen por Nolan na companhia a Fincher, Hooper, Aronofsky e David O. Russell. O seu filme, The Fighter, confirmou-se como o quinto com maior número de nomeações por detrás de Black Swan que não conseguiu ampliar a lista de actores nomeados apesar da popularidade do elenco de suporte à imensa Natalie Portman.

 

Na lista dos 10 filmes do ano a Academia de Hollywood escolheu 127 Hours, The King´s Speech, The Social Network, Toy Story 3, The Kids Are Allright, Winter´s Bone, The Fighter, Black Swan e True Grit.

 

A cerimónia dos Óscares terá lugar no próximo 27 de Fevereiro no Kodak Theather de Los Angeles.

 

A lista completa dos nomeados pode ser consultada aqui: http://www.oscars.org/awards/academyawards/83/nominees.html.

 

Partindo por base as previsões realizadas na última semana pelo Cinema, podemos confirmar uma taxa de acertos na ordem dos 85%. As categorias onde nos portamos pior foram, sem dúvida Maquilhagem (um de três) e Guarda-Roupa (três de cinco) enquanto que em quatro categorias (Actor Actriz Secundária, Banda Sonora e Argumento Adaptado) a taxa de acerto foi de 100%.

 

 

 

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 14:02
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Segunda-feira, 24 de Janeiro de 2011

Hereafter - Fracasso sobrenatural

Depois de assinar uma série de filmes praticamente imaculados, Clint Eastwood consegue em Hereafter retroceder largos anos na sua notável carreira. Filme fraco a todos os níveis, significa também uma concessão do cineasta ao facilitismo argumentativo a que sempre soube escapar com audácia nos filmes que marcaram os momentos altos da sua cinematográfia. Nesta viagem a um universo se dúvidas metafísicas, o caminho faz-se de sombras e esteriótipos que não casam com a forma e estilo de um realizador que sempre soube explorar bem a faceta mais humana da vida.

 

 

 

Há uma confrangedora sensação de piloto automático que acompanha toda a longa e exasperante duração de Hereafter.

Clint repete-se até à exaustão numa história de vidas cruzadas que não funciona por base e que se extrapola por defeito num quebra-cabeças tormentoso e inoquo. Três vidas unidas pela morte que mergulham num final feliz que faz pouco sentido no meio de tanta dor, paliada até ao tutano por um abre-latas emocional que só aparece quando menos se necessita. A frieza moral e emocional das obras mais negras do realizador desaparece por completo do argumento pobremente assinado por Peter Morgan e do estilo de camara que adormece a narrativa, já de si explorada até ao inimaginável por uma banda sonora que relembra melhores dias mas que quadra pouco com a trama base que nos atira para este filme mosaico rachado em três.

Há uma pivot televisiva que sobrevive a um tsunami no sudeste asiático. Um adolescente londrino que se depara com a morte do irmão gémeo. E como elemento de união - pobre união de facto - um medium americano que não aceita a sua condição e que só quer viver uma vida normal. Os três caminham, sem saber, na mesma direcção para acabar por se encontrar, contra todo o prognóstico, numa feira livreira no coração de Londres. E já está. Tal e qual.

 

Cada filme dentro do filme podia existir por si só. Os três, em conjunto, perdem a força e emotividade que se podia esperar de uma obra assinada por aquele que é, sem dúvida, o mais completo cineasta actual. Se a história se centrasse no personagem de Matt Damon, num dos seus desempenhos mais sonrojantes, poderiamos ter um verdadeiro filme eastwoodiano, onde a solidão (sobre-explorada a cada plano) e a negação da sua própria existência encontra no filme os melhores momentos quando este se cruza no caminho de uma hiper-activa Bryce Dallas Howard. Essa natureza de negação individual choca com o resto do filme, motorizado por uma busca constante por algo que nunca é verdadeiramente esclarecido. Em certo forma, Clint Eastwood aproxima-se de outro dos seus filmes mais fracos, Midnight in the Garden of Good and Evil, outro filme que lidava com a vida para lá da morte e o universo paranormal, mas num registo bem menos sério e, portanto, mais facilmente suportável.

Aqui, pelo contrário, a história leva-se demasiado a sério e borda o ridiculo em variadas sequências que acabam por apagar os poucos bons momentos de suspense ou emoção com que nos deparamos pontualmente. Ficamos sem ter dois pontos de vista, duas explicações distintas sobre o mesmo. Somos forçados a acreditar na inevitabilidade do contacto com o mundo dos mortos, no poder de influência que estes mantêm sobre os vivos e na fatalidade que pauta o dia a dia de cada um dos protagonistas.

No final Damon e De France, o medium e a jornalista crente, encontram um amor que lhes é negado quando, precisamente, o amor, é o único aspecto que não faz sentido nesta história de crenças e experiências individuais com toques do sobrenatural. Sem trama a que se agarrar o filme só podia sobreviver se a direcção e as interpretações estivessem a bom nível. Mas nem aí nos deparamos com o nosso dia de sorte. Clint Eastwood está amorfo, sem imaginação e, principalmente, sem vontade de inovar. E a troupe do elenco é mais cinzenta ainda, desde um inimaginativo Damon a uma inexpressiva De France, passando pelo ar soturno dos irmãos McLaren. Pouco falta para Hereafter mergulhar o espectador num profundo estado de desespero.

 

 

 

No meio de tudo isto fica a sensação de que Eastwood não deu apenas um passo em falso. Após o genial Gran Torino (que culminou uma década perfeita, desde os dias de Bloodwork) fica a sensação de que, como todos os grandes de Hollywood (Wilder, Hawks, Ford, Capra, Copolla, Ray, Wyler e afins) se prepara para entrar na fase final da sua carreira com um ritmo mais contemplativo e, portanto, menos captivante. Um filme que pode ser apenas ou um hiato ou um sinal do que se possa esperar num futuro próximo. O certo é que Hereafter entrará na galeria dos projectos falhados de um realizador que, por muitos mais filmes do género possa vir a assinar, não deixará nunca de fazer parte do panteão dos maiores.

 

Classificação -

 

Realizador - Clint Eastwood

Elenco - Matt Damon, Cecille de France, Frank McLaren

Productora - Warner Bros.

Classificação - m/12

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 21:15
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Oscarwatch 2010 - Obra e Maestro

São os dois últimos prémios da noite, as categorias chave, aquilo de que realmente as pessoas se lembram no futuro. Sem o glamour dos prémios de interpretação e o espirito intelectual dos prémios de escrita, a essência dos Óscares da Academia está no prémio ao Melhor Realizador e ao Melhor Filme. Este ano, como sempre, o mais provável é que o vencedor de um seja também o vencedor de outro. E as dúvidas são cada vez mais menores em cada uma das categorias. O ano parece ser, cada vez mais, dos herdeiros de Zuckerberg.

 

Melhor Realizador

 

Um velho outsider, um ressuscitado, um autor sempre irreverente e a armada britânica. Assim se pode resumir a lista dos mais que prováveis candidatos ao Óscar ao melhor cineasta. De todos estes a grande dúvida está em saber se Russell (ou Nolan) serão capazes de superar o prestigio que têm na Academia os irmãos Coen ou o escocês Danny Boyle.

 

Depois do ano histórico que consagrou Katryn Bigelow, 2010 pode ser o ano da confirmação de David Fincher, que abraçou o cinema mainstream dando-lhe um cunho pessoal. O resultado é o popular facebook e a verdade é que o realizador terá provavelmente reunido bastantes "Gosto" para ir engrossando a sua lista de amigos.

 

Na estela está o cinema made in Uk com a sobriedade total de Tom Hooper e o espirito indie, sempre à procura de desbravar novas fronteiras, de Darren Aronofsky. Dois nomes consensuais que são a alternativa directa à mais do que provável vitória de Fincher na noite dourada.

 

E os nomeados são?

David Fincher (The Social Network)

Tom Hooper (The King´s Speech)

Darren Aronofsky (Black Swan)

Christopher Nolan (Inception)

David O. Russell (The Fighter)

 

Alternativas

Joel Coen (True Grit)

 

 

 

 

Melhor Filme

 

Desde que a Academia ampliou o lote para 10 candidatos que ficou claro que, embora a corrida continua sempre a ser coisa de dois ou três filmes, entrar no lote de 10 passa a ser uma profunda obsessão. Se 2010 viveu do confronto entre o cinema clássico (The Hurt Locker) e o puramente comercial (Avatar), 2011 promete uma oferta mais equilibrada onde o dinheiro existe mas longe do espirito de blockbuster comercial que se podia esperar.

 

Estarão Inception, Toy Story 3, True Grit e The Town, filmes que ultrapassaram por completo as expectativas nas bilheteiras e junto à critica, mas também há espaço para os mais pequenos e pessoais 127 Hours (ou Winter´s Bone), o promissor The Fighter ou o puramente indie The Kids Are Allright.

 

No meio da confusão fica claro que os três grandes candidatos são Black Swan, The King´s Speech e The Social Network, filmes consensuais entre todos e que procurarão colocar um broche de ouro num ano inesquecível. O favoritismo à partida é todo para o filme sobre as origens do Facebook mas a Academia sabe surpreender e a corrida só termina quando o último envelope seja contado. Até lá todos poderão sonhar!

 

E os nomeados são?

The Social Network

The King´s Speech

Black Swan

Inception

The Fighter

True Grit

Toy Story 3

The Town

The Kids Are Allright

127 Hours

 

Alternativas

Winter´s Bone

 

 

 

 

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 08:13
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Domingo, 23 de Janeiro de 2011

Oscarwatch 2010 - Actores, o glamour da noite

Se para efeitos estatisticos os prémios técnicos contam muito, para efeitos de glamour, o mesmo que alimenta a máquina de Hollywood, não há nada mais importante que os prémios de representação. Afinal, a esmagadora maioria dos membros da Academia são actores. As grandes estrelas do meio são actores. E o grande chamariz de audiências são sempre os...actores.

 

Num ano de grande leque de performances, as nomeações vão, garantidamente, deixar de fome nomes que já chegaram a ser vistos como eventuais favoritos. Muitas surpresas se esperam até porque estas são sempre as categorias mais imprevisiveis. Joga o factor amizade, o factor carreira, o factor popularidade muito mais do que que em qualquer outro lado. Daí que Michael Douglas ou Nicole Kidman possam voltar a sonhar com uma estatueta dourada. A familia real de Hollywood anuncia-se, uma vez mais, para a sua festa particular.

 

Melhor Actor

 

Parece dificil que o cenário do passado anos e repita e a estatueta dourada fique em solo americano. Depois de ter merecido triunfar com o seu notável desempenho em A Single Man, o inglês Colin Firth volta à carga com o superlativo The King´s Speech e perder parece não ser sequer uma opção.

 

O duelo de Firth será com duas jovens promessas do cinema americano, o facebokiano Jesse Eisenberg e o intrépido James Franco, ambos elogiados pelos papeis fulcrais na dinamica de dois dos filmes mais aplaudidos do ano, mas ainda muito verdes para subir ao palco com um longo discurso de agradecimento. Quem poderá surpreender é Javier Bardem. O actor é um dos mais bem amados de Hollywood e já demonstrou saber captivar o público com os seus desempenhos em Before Night Falls e No Country For Old Men. A sua nomeação poderia suplantar a confirmação do notável actor que é Ryan Gosling enquanto que Jeff Bridges, recém-coroado e imitando a John Wayne, disputará a última vaga na corrida com Mark Whalberg e o seu projecto de uma vida, The Fighter.

 

E os nomeados são?

Colin Firth (The King´s Speech)

Jesse Eisenberg (The Social Network)

James Franco (127 Hours)

Javier Bardem (Biutiful)

Mark Whalberg (The Fighter)

 

Alternativas

Ryan Gosling (Blue Valentine)

 

 

 

 

Melhor Actriz

 

Uma corrida mano a mano a lembrar duelos antigos e sempre com a mesma derrotada. Será um sinal?

 

A verdade é que Annette Benning volta à luta, pela terceira vez em dez anos, e mais uma vez parece encontrar-se com uma rival à altura, capaz de captar o coração da critica e do público com o seu perturbador desempenho em Black Swan. A menina bonita da Hollywood dos anos 90, Natalie Portman, emerge, finalmente, como uma actriz de pleno direito e pronta a ser coroada no altar de Hollywood.

 

Uma corrida onde também entra Jullianne Moore, parceira de reparto Benning, o que pode significar menos votos para a veterana actriz, mas também a juventude personificada, este ano, em Jennifer Lawrence, o pulmão e coração, de Winter´s Bone. Ou a ressuscitada Nicole Kidman, captivante em Rabbit Hole, que pode funcionar perfeitamente como terceira em discórdia no lugar de uma jovem e apaixonante Michelle Williams por Blue Valentine.

 

E os nomeados são?

Annette Benning (The Kids Are Allright)

Natalie Portman (Black Swan)

Nicole Kidman (Rabbit Hole)

Jennifer Lawrence (Winter´s Bone)

Jullianne Moore (The Kids Are Allright)

 

Alternativas

Michelle Williams (Blue Valentine)

 

 

 

 

Melhor Actor Secundário

 

Apesar do genuino talento da classe interpretativa norte-americana, dificilmente este Óscar deixará de ter sotaque. Ou o toque galês do sempre rebelde Christian Bale (que pode vencer na mesma categoria do malogrado Heath Ledger, com quem partilhou momentos espantosos em The Dark Knight) ou a voz suave e determinada do australiano Geoffrey Rush.

 

Este já venceu um Óscar (principal, em 1996 por Shine) e isso conta neste tipo de jogos enquanto que Bale não só é um menino-prodigio, como Portman, mas também um verdadeiro enfant-terrible sujeito a uma profunda transformação fisica num filme de e para actores. E isso vale, e muito.

 

Fora da corrida surgem os restantes nomeáveis que passam do cinema indie, onde Mark Ruffalo continua omnipresente, a um dos grandes sucessos do ano (comercialmente e junto da critica) com Jeremy Renner e o representante mais sonante do filme que acapara todas as atenções, o futuro Spiderman Andrew Garfield. Uma corrida onde pode haver espaço para a nostalgia (Bill Murray ou Michael Douglas), a consagração tardia (Ed Harris ou Matt Damon) ou até mesmo o impacto mediático junto do público mais novo (Justin Timberlake).

 

E os nomeados são?

Christian Bale (The Fighter)

Geoffrey Rush (The King´s Speech)

Mark Ruffalo (The Kids Are Allright)

Andrew Garfield (The Social Network)

Jeremy Renner (The Town)

 

Alternativas

Michael Douglas (Wall Street 2)

 

 

 

 

Melhor Actriz Secundária

 

Se a divisão de votos realmente faz sentido, então a britânica Helena Bonham-Carter, há muito tempo reconhecida mais depressa pelo seu visual alternativo do que pelos seus dotes interpretativos que deram sinal de si em filmes como The Wings of the Dove, seria a favorita para este prémio. Mas os americanos sabem mover-se bem e o mais provável é que apesar de Amy Adams acompanhar Melissa Leo no lote de nomeados, seja a veterana actriz, nomeada há dois anos por Frozen River, a levar para casa o prémio gordo.

 

A ver a corrida de fora estará a jovencissima Hailee Steinfeld, alma do remake dos Coen de True Grit mas, inevitavelmente, demasiado nova para estas corridas, mas também a australiana Lesley Manville, aplaudida pela critica pelo seu desempenho em Animal Kingdom. Outras opções passariam pelas caras de Black Swan, Mila Kunis ou Barbara Hershey.

 

E os nomeados são?

Helena Bonham-Carter (The King´s Speech)

Melissa Leo (The Fighter)

Amy Adams (The Fighter)

Hailee Steinfeld (True Grit)

Lesley Manville (Animal Kingdom)

 

Alternativas

Mila Kunis (Black Swan)

 

 

 

 

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 13:59
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Sábado, 22 de Janeiro de 2011

Oscarwatch 2010 - Argumentos

Originais e adaptados, polémicos e consensuais.

 

Hollywood sempre olhou de lado para os autores dos argumentos que passaram à história e preferiu tantas vezes ignorar os demais. Mas a verdade é que os Óscares entregue aos argumentistas são sempre elementos fulcrais desta corrida às estatuetas douradas. Num ano em que os dois grandes favoritos competem, cada um na sua categoria, esperam-se poucas surpresas.

 

Melhor Argumento Original

 

O favoritismo está todo do lado do britânico The King´s Speech mas em terras do tio Sam cuidado com as paixões indie que apoiam, como nunca, um filme modesto como é The Kids Are Allright. Pelo meio mais acção à inglesa (o magnifico Inception), o sóbrio The Fighter e o perturbante Black Swan. Cinco grandes candidatos que, em última análise, fecham as portas a verdadeiras pequenas pérolas como são Another Year ou Blue Valentine.

 

E os nomeados são?

The King´s Speech

The Kids are Allright

Inception

The Fighter

Black Swan

 

Alternativas

Another Year

 

 

 

 

 

Melhor Argumento Adaptado

 

A categoria menos complexa de adivinhar já que o clima de adoração à volta da figura de Aaron Sorkin é uma das bases mais fortes para a aclamação generalizada de The Social Network. Com a estatueta no bolso, fica a curiosidade de ver dois anteriores vencedores (127 Hours de Boyle e True Grit dos Coen) contra uma novata (Debra Granik por Winter´s Bone) e a habitual presença da Pixar num top 5 previsivel e que deixa pouco espaço à surpresa que, a acontecer, chamar-se-á provavelmente The Ghost Writer do homem maldito, Polanski.

 

E os nomeados são?

The Social Network

127 Hours

True Grit

Toy Story 3

Winter´s Bone

 

Alternativas

The Ghost Writer

 

 

 

 

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 14:49
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