São os prémios intelectuais da gala, aqueles que a indústria respeita mas desconfia, que o público ignora e aproveita para fazer zapping e que os criticos glorificam até ao limite. Prémios ao Melhor Filme de Lingua Não-Inglesa, Documentário, Filme Animado e Argumentos (Original e Adaptado), fazem parte da nata de Hollywood, sempre repleta de surpresas e ajustes de contas, no minimo, culturais...
MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL
Quando pela primeira lhe surgiu a ideia de relatar a história por detrás de The King´s Speech, David Seidler contactou directamente a rainha-mãe, Elizabeth para que lhe desse autorização a seguir em frente com o projecto. A mulher do rei Jorge VI contou-lhe tudo o que sabia desta estranha e apaixonante amizade entre um monarco e o seu ludopeda australiano mas fê-lo prometer que a história não veria a luz do dia enquanto fosse viva. E por isso o filme demorou quase meio século em ser produzido.
Essa história por detrás da história ganha votos, e muitos, numa Hollywood que respeita muito a fidelidade. E isso é parte do charme que acompanha o filme e que tem despertado tanto entusiasmo dos dois lados do Atlântico. Por isso - e por muito mais - The King´s Speech é aqui o máximo favorito e apesar do genial guião por detrás de Inception e da Hollywood mais alternativa preferir a história de The Kids are Allright, os outros dois grandes candidatos à estatueta dourada.
The Fighter - um filme que despertou muita simpatia em Hollywood - e Another Year, que certamente conseguirá votos em Inglaterra, são os outros dois nomeados mas nesta corrida contam muito pouco. Estão todos à espera de ver o rei passar...
E o Óscar vai para - The King´s Speech (David Seidler)
E a Surpresa é - The Kids Are Allrigth (Lisa Chodolenko, Stuart Blumberg)
E o Óscar Devia ir para - Inception (Christopher Nolan)
MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO
Há poucos filmes cujo o argumentista tem tanta ou mais fama dentro da indústria do que o realizador ou mesmo o elenco. The Social Network é um desses filmes.
Apesar da popularidade de David Fincher, o grande apelativo da história sobre as origens do Facebook centra-se, essencialmente, na qualidade do guião escrito e adaptado por Aaron Sorkin, um dos homens mais importantes da escrita televisiva norte-americana que deu o salto ao cinema em grande estilo com o drama à volta da enigmática figura de Mark Zuckerberg.
O argumento de The Social Network é praticamente imbatível e seria a maior surpresa da noite (e isso é certo) se não vencesse a estatueta a que está nomeado. E como tal os rivais pouco ou nada podem fazer, por muito que o guião de Toy Story 3 seja imaculado, por muito que Winter´s Bone seja um filme inesquecivel, por muito que True Grit seja dos Coen ou que 127 Hours signifique mais um golpe de cintura de Danny Boyle.
Esta corrida acabou antes de começar. Ou isso, ou True Grit vencerá a maioria dos Óscares a que está nomeado!
E o Óscar vai para - The Social Network (Aaron Sorkin)
E a Surpresa é - Winter´s Bone (Debra Granik, Anne Rosselini)
E o Óscar Devia ir para - Toy Story 3 (Michael Arndt)
MELHOR FILME DE LINGUA NÃO-INGLESA
Com alguns dos favoritos a ficar pelo caminho ainda nas fases de pré-selecção, a lista divulgada pela Academia acabou por ser bastante consensual (excepto em Espanha, ausente de novo).
A obra de Gonzalez Iñarritu, o provocador e introspectivo Biutiful é claramente o favorito (a nomeação de Bardem ao prémio de Melhor Actor já o denuncia) mas com a especificidade de que cada membro que vote tem, forçosamente, de ver os cinco filmes, tudo pode realmente suceder. Biutiful é favorito em todas as apostas e tem valor suficiente para devolver a estatueta dourada ao México depois de largos anos de ausência.
Mas o incisivo In a Better World, profundo drama nórdico rodado na Dinamarca, e o provocador Dogtooth que chega da Grécia, oferecem duas visões alternativas, e bem europeias, que habitualmente costumam deixar marca nos gostos da Academia.
Da Argélia (e do convulso magrebe) vem Outside the Law, mais um drama emocional sobre as duras condições de vida no norte de África (que pode ganhar alguns votos de simpatia com a actual conjuntura politica) e do Canada chega Incendies, um filme que diz certamente mais à maioria dos membros, pela sua proximidade, mas que, por isso mesmo, pode pecar de falta de originalidade para uma estatueta que procura, quase sempre, dar destaque ao distinto que se faz nos cinco continentes (este ano reduzidos a três na lista de nomeados).
E o Óscar vai para - Biutiful (México)
E a Surpresa é - In a Better World (Dinamarca)
E o Óscar Devia ir para - Biutiful (México)
MELHOR DOCUMENTÁRIO
É sempre dificil prever o que a Academia de Hollywood pensa quando atribuiu o prémio ao melhor Documentário.
Há anos em que prefere a polémica, outros onde aposta pelo convencional. Este ano a luta é a mesma de sempre. Um documentário de denuncia popular, Inside Job, luta contra o polémico artista Banksy e o filme feito à volta da sua misteriosa obra e pessoa, Exit Trough the Gift Shop.
O primeiro tem colecionado a maioria dos prémios, o segundo é uma obra inteligente, provocativa e que já surpreendeu muitos ao ser nomeado. É a nossa aposta porque Hollywood, à sua maneira, também gosta de surpreender. E ás vezes logra-o e bem.
Restrepo seria outra alternativa mas já perdeu terreno na corrida para o duo da frente enquanto que The Waste Land e Gasland completam o leque de nomeados sem grandes opções para levar para casa a estatueta dourada.
E o Óscar vai para - Exit Trough the Gift Shop
E a Surpresa é - Inside Job
E o Óscar Devia ir para - Exit Trough the Gift Shop
MELHOR FILME ANIMADO
Não há corrida quando a Pixar está em jogo. Não há corrida quando há um filme tão amado como aquele que culmina Toy Story, a primeira trilogia dos estúdios que revolucionaram a história do cinema de animação.
É dificil imaginar que o terceiro capitulo não emule o feito dos seus predecedores e que saia do Kodak Theater com a estatueta na mão (tem cinco nomeações e pode até vencer mais do que uma) e mesmo o notável trabalho desenvolvido pela equipa da DreamWorks em How to Train Your Dragon parece ser manifestamente insuficiente. E nem o espirito artistico gaulês de The Illusionist, mais uma bela obra de Sylvan Chomet, parece ser capaz de bater um dos maiores sucessos do ano. A Pixar triunfará de novo, com toda a certeza.
E o Óscar vai para - Toy Story 3
E a Surpresa é - The Illusionist
E o Óscar Devia ir para - Toy Story 3
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