Eles são, de longe, o maior grupo individual constituinte da Academia. Eles são, de longe, a principal razão da popularidade da emissão da gala, com o mundo preso para ver o que fazem os seus idolos. São eles que dão cor à passadeira vermelha e são deles os discursos que passam à história. Vivem e trabalham com uma máscara e na noite dourada vestem outra, só deles, para subir ao palco e entrar na história.
MELHOR ACTOR PRINCIPAL
Há duas corridas que estão praticamente fechadas. Ontem comentamos o quão previsivel é a vitória de Sorkin. Tanto quanto a de Colin Firth.
O actor inglês deveria ter ganho no ano passado - o seu Single Man foi mais certeiro que o prémio de carreira entregue a Jeff Bridges, até este ano melhor que naquele Crazy Heart - e esse tipo de coisas pesa e muito. Especialmente se são dois anos consecutivos ao melhor nivel. Firth é popular em Hollywood desde os dias das suas adaptações austenianas. Passou por ser vilão, apaixonado irredutivel e introspectivo solitário. Mas é como o monarca Jorge VI que acabará por entrar no panteão dos oscarizados.
Um desempenho imenso que vale bem uma estatueta e que não tem rival. Jesse Eisenberg é demasiado novo (e a sua performance não é tão tocante e bem conseguida como se poderia imaginar). Jeff Bridges vem de uma vitória de carreira e será extremamente dificil que volte a ganhar. James Franco, co-apresentador da gala, terá o seu momento, é um dos novos idolos de Hollywood. Mas nenhum deles pode fazer sequer sombra a Firth.
Javier Bardem, popular entre a ala esquerda de Hollywood e fortissimo representante da comunidade latina seria, paradoxalmente, a grande ameaça ao inglês. O seu desempenho em Biutiful é imenso, certeiro e tocante. E desde Roberto Benigni que um actor europeu sem falar inglês não era nomeado à estatuta. Benigni ganhou contra rivais imensos. Bardem poderia emular o feito. Só ele pode fazer gaguejar o rei.
E o Óscar vai para - Colin Firth (The King´s Speech)
E a Surpresa é - Javier Bardem (Biutiful)
E o Óscar Devia ir para - Colin Firth (The King´s Speech)
MELHOR ACTRIZ PRINCIPAL
Annette Benning está destinada a ser a Deborah Kerr do século XXI? É bem possivel.
Depois de American Beauty e Being Julia o seu desempenho como mãe lésbica e controladora até a um extremo que poderá fazer perder o seu apreciado núcleo familiar em The Kids Are Allright, entra na galeria das grandes performances femininas da década. Mas não será suficiente. Nunca parece sê-lo. Este ano não é Hilary Swank (que a bateu por duas vezes) mas sim Natalie Portman o seu cisne negro. A sua nemésis.
Benning poderia ser a favorita sentimental de Hollywood mas Portman é também membra de pleno direito da realeza. Considerada como uma das poucas child-actors que singraram na idade adulta, Portman transforma-se até ao limite em Black Swan e assina um desempenho digno de um Óscar. A sua campanha de marketing, o seu ar de menina transformada em mulher (casada, grávida e tudo) ajuda a fechar o embrulho perfeito para Hollywood delirar uma vez mais na coroação dos seus próprios mitos.
Na corrida estão também a belissima e jovem Jennifer Lawrence que carrega às costas todo o peso do imenso Winter´s Bone, a ressuscitada Nicole Kidman como mãe atormentada em Rabbit Hole e talvez a mais certeira e intensa de todas as nomeadas, Michelle Williams, sublime em cada frame de Blue Valentine. Três nomes que contam pouco na corrida e que poderão juntar-se a Benning a ver o cisne branco desfilar.
E o Óscar vai para - Natalie Portman (Black Swan)
E a Surpresa é - Jennifer Lawrence (Winter´s Bone)
E o Óscar Devia ir para - Michelle Williams (Blue Valentine)
MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO
Até ao momento em que o envelope se abra e MoNique pronuncie o nome do ganhador ninguém será capaz de adivinhar quem venceu a corrida mais renhida dos últimos anos.
Geoffrey Rush é o favorito sentimental. Já venceu o prémio (Melhor Actor em 1996 por Shine) e já recebeu nomeações prévias e é igualmente o principal productor de The King´s Speech. E move-se pelo meio de Hollywood como um peixe na água. Seria surpreendente que não fosse o ganhador - até porque a sua performance é, imensa, e quase tão protagonista como a do próprio Firth. Se não fosse por Christian Bale.
Menino prodigio descoberto por Spielberg, é um dos nomes malditos de Hollywood. Como o seu amigo Heath Ledger - que venceu a estatueta há dois anos por um filme onde ambos contracenaram - é um nome que desperta paixão e ódio em igual medida. Mas não houve em 2010 nenhum desempenho, principal ou secundário, masculino ou feminino, tão intenso como o seu. E isso não se consegue esconder. A vitória no SAG deu-lhe mais força ainda e a sua vitória é a nossa aposta pessoal sabendo que o cenário oposto é igual de verosímel. Não haverá nunca surpresas entre estes dois, apenas uma injustiça tremenda por não se verificar um empate técnico.
Na corrida, mas a vê-la bem lá ao longe, Mark Ruffalo, Jeremy Renner e John Hawkes, a grande e grata surpresa entre os nomeados e o único que lhes poderia fazer sombra noutro ano. Neste, com duas performances e duas personagens tão apaixonantes, não tem a minima hipótese.
E o Óscar vai para - Christian Bale (The Fighter)
E a Surpresa é - Geoffrey Rush (The King´s Speech)
E o Óscar Devia ir para - Christian Bale (The Fighter)
MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA
Corrida apertada até à medula sem uma clara favorita e com todas - mas realmente todas - as nomeadas com possibilidades reais de vencer. E isso já é dizer muito.
Há quem aponte que a jovem (e protagonista) de True Grit, a imensa Hailee Steinfeld, está a ganhar apoios para conseguir uma vitória adolescente capaz de lembrar os sucessos pretéritos de Tatum O´Neal e Anna Paquin. Seria uma vitória nada surpreendente dado o sucesso do filme mas seria conseguido por uma actriz que é, claramente, a protagonista do filme e que apenas foi desviada para uma corrida já de si apertada, por puras questões de marketing.
A armada inglesa apostará, seguramente, por Helena Bonham-Carter, num dos seus melhores papeis como Elizabeth Bowles, rainha de Inglaterra por surpresa e grande instigadora de toda a narrativa. Os votos ingleses e daqueles que adoraram The King´s Speech podem desencantar uma balança equilibrada, apesar de outros considerarem a actriz como o elo mais fraco de todo o filme. Que não o é.
Depois há a australiana Jackie Weaver, assustadoramente imensa no papel de uma matriarca de um gang australiano que decide ajustar contas com a sua ovelha negra, um filho seduzido pelo lado branco da vida. Papel que fez tremer Sundance há mais de um ano e que não foi esquecido na corrida ao Óscar onde uma vitória seria surpreendente para muitos mas inteiramente justa para outros tantos.
Sobra, portanto, a dupla de The Fighter, aquela que mais prémios tem acumulado. Amy Adams e Melissa Leo repetem nomeação e partilham o protagonismo de um filme que tocou fundo na alma dos actores. A jovem Adams começa a tornar-se num caso sério de popularidade em Hollywood e o seu papel é um dos mais certeiros do filme. Mas Melissa Leo é igualmente imensa, uma actriz em consagração depois de anos a passear pelo circuito indie, e tem esse voto emocional que tanto pode pesar na mente de alguns votantes. É a nossa aposta mas não é, de longe, uma favorita clara. Aqui tudo pode suceder.
E o Óscar vai para - Melissa Leo (The Fighter)
E a Surpresa é - True Grit (Hailee Seinfeld)
E o Óscar Devia ir para - Jackie Weaver (Animal Kingdom)
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