Terrence Malick, o cineasta que vive na penumbra, foi o grande vencedor da edição 2010 do Festival de Cannes.
Ausente, como nele é habitual, foi um fantasma que rodeou todo o certame desde que o seu The Tree of Life foi exibido no inicio da semana perante o espanto e cepticismo de grande parte da plateia. Um filme que muitos comparam a 2001, pela sua mensagem existencialista (e pela ausência de uma conclusão perceptivel) e que conquistou o juri liderado por Robert de Niro. Protagonizado por Brad Pitt, Sean Penn e um dinossauro, The Tree of Life é isso mesmo, um filme que viaja desde o passado mais remoto do planeta Terra até à vida da América presente num tom tão poético e bucólico como o seu Days of Heaven, filme que lhe granjeou a fama de autor inacessível e inimitável no final da década de 70.
Contra qualquer prognóstico (muitos antecipavam a esperada coroação de Pedro Almodovar, que de novo sai de Cannes de mãos vazias), o filme de Malick foi o súbtil suficiente para não provocar rejeição e isso, num festival, é meio caminho andado para a vitória. Que o diga Lars von Trier, personan non grata por parte de um Festival que sempre o teve em alta estima, e que perdeu com as suas declarações uma boa possibilidade de levar a Palma de Ouro para casa. Quem saiu beneficiada com o polémico filme do dinamarquês foi a norte-americana Kirsten Dunst, vencedora do prémio de Melhor Actriz pela sua performance como noiva depressiva nesse Melancholia a roçar o fim dos tempos. Vencedor do prémio de Melhor Actor, o francês Jean Dujardin, foi o espelho desse outro lado do festival, a consagração do local e alternativo. Um papel mudo na sua essência e sentido que serviu igualmente para consagrar o sucesso critico de The Artist do gaulês Michel Hazanavicus.
Por Cannes também passaram os prémios dos irmãos Dardenne (com o seu Le Gamin au Vello) ex-aqueo com o turco Once Upon a Time in Anatolia na categoria tão cobiçada do prémio especial do Juri, e do dinamarquês Nicolas Winding Refn, e o seu Drive com um Ryan Gosling superlativo. Sem a grande figura individual para receber o galardão mais cobiçado do circuito de festivais a festa terminou com a mesma acalmia com que se desenrolou e agora as celebridades preparam-se para um longo descanso até viajar a Veneza, com os milhões americanos do Verão a servir de palmeira à consagração dos mais insuspeitos dos autores.
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