Excluído dos grandes prémios do ano, Revolutionary Road afirma-se como um dos filmes que, a longo prazo, irá marcar o ano de 2009. Contraponto à mensagem de positivismo do novo presidente americano, este drama familiar de tons trágicos é uma das obras mais acutilantes e impecáveis produzidas nos últimos anos na “Meca do Cinema”. Com este filme o britânico Sam Mendes confirma-se como um dos grandes estetas da geração actual de cineastas. E Kate Winslet e Leonardo Di Caprio provam, que mais do que um mega êxito de bilheteira, são um casal em cena com uma química perfeita capaz de mostrar o melhor e pior de uma vida que se pretendia de sonho e se transforma em pesadelo.
Revolutionary Road é um épico trágico e intimista onde cada plano conta. O filme narra a história de Frank e April, os Wheeler, um casal que se muda para os subúrbios de uma cidade americana dos 50 para viver o “American Dream”. Mas que acaba por cair no pesadelo do dia a dia vazio da mecanizada sociedade ocidental do século XX. Tão presente hoje como então, o filme, inspirado num dos melhores relatos de Richard Yates, poeta dessa era maldita, é uma pequena grande pérola a explorar, nem que seja pelas explosões de Di Caprio, o rosto completamente nu de uma cada vez mais fabulosa Kate Winslet e de um pertinente mas sempre notável Michael Shannon.
Obrigatoriamente um dos filmes do ano.
Esta semana estreiam também:
Milk é um velho projecto de
Gus van Sant que narra a história da ascensão politica de Harvey Milk, um homossexual que se assume como o máximo representante da sua comunidade na S. Francisco dos anos 70 a ponto de se tornar no primeiro politico
gay a ser eleito para um cargo público. O filme explora a vida na comunidade homossexual e a particular luta de Milk para entrar no sistema político, o mesmo que lhe custaria a vida.
Sean Penn dá vida ao protagonista num dos papéis mais aplaudidos do ano e grande candidato ao Óscar é secundado por um elenco onde se destacam
Josh Brolin (nomeado ao Óscar de Melhor Actor Secundário),
James Franco e
Emile Hirsch. Podem ler
aqui a critica ao filme.
Depois de ter tido a estreia marcada para Novembro, The Duchess chega agora finalmente às salas portuguesas. O filme é protagonizado pela britânica Keira Knightley e narra a história de uma duquesa que escandalizou a época ao assumir uma relação extra-matrimonial depois de ver como o seu marido colocar a sua amante predilecta a viver no seu próprio quarto. Um filme de época ao bom estilo britânico dirigido por Joe Wright e que conta igualmente com o veterano Ralph Fiennes no elenco.
The Baaden Meinhof Complex é mais um exemplo recente fenómeno do cinema alemão que tem procurado nos últimos anos filmes capazes de analisar alguns dos momentos mais marcantes da sua história recente. O filme de dirigido por Uli Edel é protagonizado por Martina Gedeck,
The Boy in the Stripped Pijamas é a versão cinematográfica de um dos mais recentes fenómenos literários. A história do Holocausto vista pelos olhos de um jovem judeu preso num campo de concentração e um rapazinho alemão, filho do responsável pelo centro, comoveu leitores por todo o Mundo e conquistou direito a, automaticamente, ter uma versão para o cinema. Dirigida por Mark Herman, o filme conta no elenco com os jovens Asa Butterfield e Jack Stanlon ao lado dos veteranos David Thelwis e Vera Farmiga.
Second Life marca uma nova tentativa do cinema português para se aproximar do modelo comercial norte-americano. O filme dirigido por Alexandre Valente conta com os veteranos Nicolay Breyner e Paulo Pires como protagonista da história de um homem que um dia é encontrado morto na piscina da sua casa no Alentejo, depois de uma festa com um grupo de amigos. A partir daí o filme procura descobrir se a morte foi ou não acidental ao mesmo tempo que o próprio morto reflexiona sobre o que teria sido a sua vida se tivesse feito tudo de maneira diferente.