A história imortalizou Singin in the Rain como o mais belo musical de sempre. Por momentos como este.
Para além do imortal momento que dá titulo ao filme, esta história onde Hollywood paradozia a sua própria entrada no universo do sonoro, a sequência espantosa de Gotta Dance, onde se explora o poder visual dos musicais da Broadway dos anos 30 é delicioso. Stanley Donen e Gene Kelly - que é também o protagonista ao lado de Debby Reynolds e Cyd Charisse - montam um esquema visual assombroso com uma partitura notável, repleta de ritmo e batidas de puro jazz.
O filme ajudou a revitalizar o género, caído em desgraça, e abriu uma década dourada que voltaram a consagrar o musical como um dos ex-libris da Meca do Cinema.
Durante a década de 80 assisiram-se a algumas das mais belas partituras da história do cinema. Entre todas elas poucas se aproximaram da grandeza de The Mission. Com um toque sublime de naturalidade, o italiano Ennio Morricone logrou atingir um grau de pura genialidade.
O filme de Rolland Joffe foi dos mais polémicos e bem concebidos da década. Uma história sobre um missionário jesuita que perde a fé e um mercenário que a ganha, tornando-se defensor do povo indigena do sul do Brasil, serve de pano de fundo para uma série de imagens fabulosas e uma musica de bradar aos céus.
Um dos filmes mais marcantes do cinema dos 80 e uma banda sonora memorável que vale sempre a pena recuperar.
Em plena época dourada da Nouvelle Vague o irreverente Jacques Demy decidiu ressuscitar o musical, que no cinema francês nunca tinha tido uma expressão significativa. O resultado é o delicioso Les Parepluis de Cherbourg.
1964 vivia a ressaca pós-obras primas de Truffaut e Godard e o cinema francês vivia um intenso rebuliço. O cineasta Jacques Demy juntou-se com a jovem Catherine Deneuve - então uma desconhecida - e Nino Castelnuovo, para dar cor a esta história de amor na portuária cidade de Cherbourg, no norte de França.
O filme passeia-se entre os momentos musicais, o canto e dança, de uma forma solta e ligeira, completamente distinta dos musicais que então voltavam a ganhar força em Hollywood. Todo o diálogo é cantado, ao estilo operático, o que na altura significou um choque profundo no público, habituado a filmes cada vez mais urbanos e realistas. Apesar de tudo foi um sucesso em toda a linha e ajudou a fazer da década de 60 a mais brilhante do cinema gaulês.
Não é um clássico do cinema, nem sequer um filme que mereça mais do que uma rápida vista de olhos. Mas Ocean´s Twelve respira aquele ambiente cool que o original brat pack soube trazer ao cinema do virar dos 60.
Soderbergh mudou os rostos e actualizou a dinamica narrativa, mas o espirito continua a ser o mesmo. Não importa muito o quando ou o como...mas quanto se disfruta em faze-lo. A prova disso é a memorável sequencia de um sempre original Vincent Cassell, qual Arsene Lupin moderno, que ao som de uma cativante batida dá um autentico show de breakdance.
Inesquecivel!
Há sons que ecoam na memória para lá da eternidade e transformam-se na essencia de uma vida.
Há músicas que transformam um filme em algo mais do que um simples projecto cinematográfico. Tornam-no "bigger than life". E acompanham toda a nossa vida muito para além da própria morte.
O terror pode chegar através desses sons. O amor pode ganhar cor com uma balada de fundo. E a épica pode ganhar contornos divinos com uma simples melodía.
Em C´era Una Volta il West (Once Upon a Time in the West, 1968), o cineasta Sergio Leone conseguiu um feito do qual poucos cineastas podem orgulhar-se. Explorou ao máximo o poder do silencio num meio onde o tempo não avança...eterniza-se nas pradarias desertas e casas vazias.
Mas, ao mesmo tempo, soube dotar esta tragédia de tons sofoclianos num portento do terror e do suspense com apenas uma batida. Um simples acorde de harmónica que no silencio sepulcral da noite aterroriza uma inocente Claudia Cardinalle. Um acorde que nos acompanha durante todo o filme até que finalmente nos encontramos com a sua verdadeira origem. E é nesse capitulo final que entendemos o porquê de que sempre que vê Charles Bronson sacar da sua premonitória harmónica, o espectador fica com pele de galinha. E é nesse momento final que entendemos finalmente a verdadeira magia deste som inesquecível.
Para ecoar na eternidade!
Sons Mágicos é uma nova rúbrica do Cinema que arranca hoje neste espaço cinéfilo.
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