Ang Lee não foi um juri consensual ao longo do festival. Pela selecção dos filmes em exibição e pelos comentários que o jurado foi soltando à imprensa. No final a vitória de Lebanon - filme de redenção do israelita Samuel Maoz - não surpreende. Num festival que começa a perder cada vez mais protagonismo para Cannes e Berlin, o acento asiático continuou a estar este ano em destaque.
Apesar de The Road ter sido o filme mais mediático do certame (e o mais bem classificado pela critica que cobriu o festival) a verdade é que em Veneza a nacionalidade ainda conta muito. E ser-se norte-americano não é propriamente um bom cartão de apresentação. Veneza tornou-se no festival anti-Hollywood por excelência e o projecto de John Hillcoat voltou para casa de mãos vazias.
Quanto ao vencedor, o juri destacou o caracter inovador de um filme que se desenrola dentro de um tanque onde estão dois soldados israelitas em plena Beirute, capital do Libano. Um exercicio de redenção do próprio Maoz, antigo soldado israelita, como já o foi Waltz with Bashir no ano passado e que continua a explorar o lado mais dramático do eterno conflito israelo-palestiniano. Tecnicamente interessante, o filme centra-se no confronto interno entre o dever e a consciência de dois homens apanhados no meio de um dos conflitos mais sangrentes da história do Médio Oriente.
Em destaque esteve igualmente o cinema iraniano - um ano mais - com o Leão de Prata para Shiri Neschat, cineasta iraniana com o seu Women Without Men, história da sobrevivência feminina num dos países onde o extremismo religioso tornou-se cada vez mais asfixiante nos últimos anos. Ainda no eixo do Médio Oriente esteve o prémio ao melhor cineasta, o turco Fatih Akin e o seu Soul Kitchen, uma comédia ligeira com subtil humor negro.
Nos prémios de representação surpreendente triunfo do britânico Colin Firth pelo seu papel como homossexual viuvo em A Single Man, filme dirigido pelo estilista Tom Ford. Um desempenho portentoso de um dos melhores actores ingleses da sua geração que aqui encarna um homem à beira do suícidio depois da morte do seu companheiro de quinze anos. A desconhecida actriz russa Kseniya Rappoport ganhou o prémio na vertente feminina em La Doppia Ora, filme italiano bem recebido no festival enquanto que o polémico Todd Solonz venceu a Copa Osella ao melhor guião com Life During Wartime, pseudo-sequela de Happiness o filme que o lançou para o estrelato há mais de quinze anos.
Entre os galadoados com prémios de carreira estiveram Sylvester Stallone e a equipa criativa da Pixar.
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