A Academia decidiu ampliar de cinco para dez os nomeados ao Óscar de Melhor Filme. Na pior altura. Depois de vários anos bastante equilibrados, 2009 parece fechar com chave pouco dourada a década cinematográfica. Tanto é que a dúvida está instalada. Optarão os membros em eleger mais filmes dentro da temática habitual dos nomeados ou as cinco novas vagas abrirão espaço a projectos mais rentáveis - e mais atractivos para as audiências que têm voltado as costas ao espectáculo?
É dentro desses dois matizes que se adensa a dúvida, mais ainda por estarmos num ano de fraca qualidade dentro do habitual producto oscarizável. De tal forma que, entre os favoritos, apenas dois filmes têm traços habituais de filmes "oscarizáveis": Invictus e Up in the Air. A abertura a um circuito "indie" mais virado para a grande audiência - como The Hurt Locker, Precious ou A Single Man - prova que Hollywood vive horas baixas. E abre ainda mais uma corrida onde, apesar das apostas, não há favoritos claros. De tal forma que muitos adiantam que projectos bem sucedidos no box-office, mas sem grande peso dramático, como Avatar, Star Trek, New Moon ou Transformers, podem mesmo ser incluidos no top. Isto depois de em 2008 a Academia ter rejeitado The Dark Knight ou WALL-E, para apenas colocar dois exemplos.
Parece claro que há, neste momento, quatro filmes com a nomeação garantida.
Precious e Up in the Air partem como favoritos, mas pouco sólidos. Os defensores do primeiro representam a visão mais independente e radical da Academia. Depois de Slumdog Millionaire, tentar repetir a fórmula dos marginalizados, mas num contexto deprimente sem o espirito alegre do filme de Boyle é arriscado. Para os yuppies ou os saudosistas do cinema de galãs há sempre a hipótese Up in the Air, dirigido por Jason Reitman com George Clooney no seu melhor. E depois, há as terceiras-vias. Muitas.
Invictus prova que Clint Eastwood está sempre presente. Depois de Gran Torino ter sido o grande ausente de 2008, o cineasta volta à carga com um poderoso drama à volta do Apartheid e da figura de Nelson Mandela. O filme clássico, por excelência, que disputará o prestigio com o regresso ao cinema musical com Nine, nova tentativa de Rob Marshall depois de já ter realizado o grande vencedor de 2002, Chicago.
Fora deste grupo há, como já apontamos, duas tendências para as seis vagas restantes. Uma defende que os restantes filmes serão uma continuação do que é, até hoje, o espirito da Academia. Nesse sentido The Hurt Locker, A Single Man, An Education, The Lovely Bones, A Crazy Horse e Up (que significaria o emendar de mão da Academia face à Pixar) seriam as apostas mais seguras. Os que acreditam que mais vagas significam filmes diferentes preferirão apostar em Inglorious Basterds, Star Trek, District 9, Avatar, New Moon ou Sherlock Holmes.
Provavelmente, a eleição final será um resumo de ambos os campos, mas os designios da Academia, são, quase sempre, indecifráveis. Especialmente se lhes damos o dobro da margem de manobra.
Nomeados
Invictus
Precious
Up in the Air
Nine
The Hurt Locker
Up
An Education
Avatar
The Lovely Bones
District 9
Alternativas
A Serious Man
A Single Man
A Crazy Heart
Star Trek
The Informant
Inglorious Basterds
Julie and Julia
Public Enemies
New Moon
A Bright Star
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