O cinema norte-americano colocou de moda o protagonista. Enquanto na Europa os autores eram as estrelas o star-system criou um novo conceito de adoração com os rostos masculinos (e femininos) no meio cinematográfico. Até hoje. Hollywood continua a criar a maioria dos seus papeis para actores e 2010 não será excepção. Um ano marcado por grandes desempenhos individuais de nomes que são, foram ou serão brevemente, as maiores estrelas do firmamente.
Entre os principais candidatos há actores que há muito anseiam pela estatueta, actores que há bem pouco tempo eram ainda imberbes no meio e estrelas já consagradas pela Academia. Uma mistura explosiva que certamente causará mais do que uma certeza quando se abrir o envelope dos nomeados. Grandes nomes, grandes performances ficarão pelo caminho. Não há, nesta altura da corrida, certezas. Ou quase.
Colin Firth e Jesse Eisenberg parecem ser nomes seguros na luta pelo Óscar.
Partilham favoritismo, adeptos e expectativas. Um é um veterano que vai para a sua segunda nomeação consecutiva e é um dos actores mais apreciados no meio, particularmente entre a imensa legião britânica. O outro é jovem, há pouco andava perdido em filmes para adolescentes, e rapidamente se transformou numa certeza futura de Hollywood. E do nada à glória vai um salto, quanto mais curto melhor.
Em King´s Speech o britânico Firth encarna na perfeição o monarca George VI. Homem pouco dado a holofotes, foi forçado a proclamar-se rei após a resignação do seu popular irmão. Teve de superar a sua gaguez e os seus medos para conduzir o seu país para a II Guerra Mundial e acabou por tornar-se num dos reis mais respeitados por uma sociedade iminentemente republicana mas sempre afoita a seguir as tradições. A sua performance é contida, discreta mas intensa num género de over-acting do qual sobrevivem poucos especimes. Firth é um deles e depois de perder no passado ano para um Jeff Bridges em ritmo de consagração, o mais certo é que agora seja ele o ungido pelos seus pares.
Mas será uma luta complicada. Primeiro porque Eisenberg começa a ganhar uma forte legião de apoio, apesar da raridade que significa vencer um Óscar tão cedo na carreira. Mas Social Network vive do seu desempenho e da forma como consegue recriar a mente e comportamento do fundador do Facebook. Tal como James Franco, outra jovem promessa confirmada definitivamente no seu intenso retrato em 127 Hours onde o filme anda constantemente à sua volta. Um verdadeiro tour de force de dificil comparação com qualquer outro filme de 2010 e que o mantém na ribalta entre os nomes fortes de 2010.
Fora deste trio de favoritos há muito por onde escolher. Os veteranos Jeff Bridges, recém-coroado, e Robert Duvall procuram a sua segunda estatueta dourada. O primeiro no papel que deu o Óscar a John Wayne em True Grit e o segundo no hilariante Get Low, um dos pequenos filmes que mais se destacaram no circuito de festivais. E depois há um trio de grandes actores à procura da consagração definitiva. O espanhol Javier Bardem, imenso em Biutiful, emerge como a grande esperança de que um actor de lingua não inglesa vença uma estatueta dourada, algo inédito desde o Óscar de 98 de Roberto Benigni. O canário é respeitado em Hollywood, já tem uma estatueta de secundário e foi coroado em Veneza. É uma importante carta no baralho onde também estã o jovem e intenso canadiano Ryan Gosling, imenso em Blue Valentine, um filme que promete dar que falar, e Matt Damon. O protagonista de Hereafter há muito que merece o reconhecimento pelo seu talento e mais uma vez junto a Estwood mostra o seu melhor rosto.
Ponto à parte para Leonardo Di Caprio.
Aquele que é provavelmente o actor mais completo da sua geração (e talvez de todos os que estão em actividade) tem este ano mais dois papeis sublimes, um pouco à semelhança de 2006 com Blood Diamond e The Departed. Perturbador como nunca em Shutter Island, intenso como poucos em Incepcion, este é o seu ano. Que Di Caprio nunca tenha vencido um Óscar é uma surpresa tão grande como será a grande probabilidade de voltar a falhar uma nomeação (depois de Revolutionary Road em 2008). O ano é dele em todos os sentidos e o triunfo de Di Caprio seria o triunfo da performance pela performance, do génio pelo génio. Mas há algo em Hollywood que não combina bem com o seu actor mais rentável e apaixonante. As tipicas contradições da indústria norte-americana.
Previsões Cinema
Colin Firth - The King´s Speech
Jesse Eisenberg - Social Network
James Franco - 127 Hours
Jeff Bridges - True Grit
Javier Bardem - Biutiful
Alternativas
Robert Duvall - Get Low
Ryan Gosling - Blue Valentine
Leonardo Di Caprio - Incepcion
Leonardo Di Caprio - Shutter Island
Matt Damon - Hereafter
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