Terminou a temporada de 2008 com o vencedor esperado mas muitos já tem a cabeça colocada no final deste ano. Normal, não estivesse 2009 marcado por regressos esperados de realizadores de culto, projectos falados há vários anos que chegam à luz do dia e as eternas surpresas que inevitavelmente aparecem.
Esta pequena lista não pretende, de nenhum modo, antever quem serão os grandes candidatos do próximo ano. Até porque as surpresas existem sempre (há um ano ninguém sabia nada sobre Slumdog Millionaire) e porque o fantasma de filme esperado já assombrou mais de um forte candidato (que o diga Benjamin Button).
No entanto aproveitamos a ressaca da cerimónia para lançar para o ar a lista dos doze projectos (seis hoje, seis amanhã) que, hoje, mais provavelmente marcarão o ano de 2009…excluindo as cartas guardadas na manga pelos estúdios e os “underdogs” que procurarão capitalizar o efeito Slumdog.
THE HUMAN FACTOR
Pela primeira vez em vários anos a Academia ignorou quase por completo Clint Eastwood. E em dose dupla. No entanto o cineasta estará de regresso em 2009 com aquele que é provavelmente o mais forte candidato no dia de hoje. Porque é um filme com a trademark de Eastwood. Por conta com um excelente elenco. E porque é um biopic sobre uma das personagens do século XX: Nelson Mandela.
The Human Factor centra-se na queda do Apartheid, e na forma como Mandela foi eleito como o primeiro presidente negro da África do Sul. O filme recupera episódios da vida do político, encarcelado durante quase três décadas, e trata a temática do racismo num dos maiores países do “Continente Negro” utilizando por base a realização do primeiro mundial de rugby no país, a primeira grande prova de união politica entre negros e brancos. Morgan Freeman (quem senão) volta a trabalhar com o cineasta dando corpo ao estadista enquanto que Matt Damon será o seu contrincante.
O filme tem guião de Anthony Peckham a partir do livro homónimo de John Carlin e tem estreia marcada para Dezembro.
PUBLIC ENEMIES
Michael Mann regressa em força com um elenco de luxo e uma história de eleição. Public Enemies centra-se no final dos anos 20, quando o governo norte-americano criou uma divisão especial destina a capturar os mais perigosos criminosos do país. A divisão era comandada por um jovem J. Edgar Hoover, e seria o primeiro passo para o nascimento do FBI. E o seu primeiro grande alvo a abater foi John Dillinger, um dos mais temidos criminosos da história criminal norte-americana.
Juntar Johnny Depp e Christian Bale, dois dos grandes “monstros” da actualidade, sob o mesmo palco – e contar ainda com secundários de luxo como Billy Crudup – é um atractivo suficiente para fazer do filme um dos projectos mais antecipados do ano. A estreia está agendada para Maio, de forma que será previsível que se torne num dos blockbusters do ano. Resta saber se chegará “vivo” à temporada de prémios.
NINE
Pegar no sucesso de Federico Fellini, 8 ½ e adaptá-lo ao som da Broadway. Assim é Nine, nova incursão de Rob Marshall, autor do vencedor do Óscar de Melhor Filme em 2002 Chicago. O filme conta com um elenco de luxo (Daniel Day-Lewis, Judi Dench, Nicole Kidman, Penélope Cruz, Marion Cottilard e Sophia Loren) e guião escrito pelo falecido Anthony Mingella. Garantias de sucesso num projecto que não deixa de ser um forte risco, já que passar da Broadway a Hollywood é sempre um processo complicado.
O filme centra-se na figura de Guido Contini, um realizador em crise existencial que se vê envolto num mundo surreal por onde passeiam todas as figuras marcantes da sua vida…particularmente as mulheres que mais o marcaram.
Tem estreia agendada para Dezembro e aparece como favorito para os mais nostálgicos do género musical, que desde 2002 não voltaram a ver um filme do género optar aos prémios mais importantes do ano.
THE LOVELY BONES
Depois de The Lord of the Rings, Peter Jackson quis cumprir um sonho. Realizou um King Kong quase imaculado mas nem o público nem a critica o compreendeu verdadeiramente. Envolto agora mais na tarefa de produtor (está por detrás de The Hobbit e The Adventures of Tintin), 2009 marca o regresso do neo-zelandês à realização. Ao velho estilo de Jackson.
The Lovely Bones é um drama fantástico, bem ao estilo do cineasta que começou por ser um dos nomes maiores do cinema gore. Uma jovem assassinada contempla desde o Céu a vida da sua família traumatizada, bem como a do seu assassino, enquanto vive dividida sobre utilizar os seus poderes para vingar a sua morte ou para ajudar a sua família a recuperar do trauma da sua perda.
Um filme que gerou alta expectativa e que conta com um óptimo elenco (Rachel Weisz, Mark Whalberg, Saiorse Ronan, Susan Sarandon) que fazem com que seja um dos projectos mais antecipados do ano, isso se o estúdio não o decidir adiar até 2010.
SHUTTER ISLAND
Quem também está de regresso é Martin Scorsese. No seu primeiro projecto pós-Oscar (esquecendo o documentário Shine a Light, claro), Scorsese volta a ser ele próprio. Violento, intenso e trepidante. Shutter Island resume a filosofia do cineasta nova-iorquino e volta a junta-lo a Leonardo Di Caprio, o seu novo actor fetiche, num elenco que inclui igualmente Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Emily Mortimer e Michelle Williams.
O filme segue as investigações de um detective que persegue um assassino em série que escapou de um centro psiquiátrico de alto nível e está escondido algures na remota Shutter Island.
Um projecto com estreia antecipada para Outubro de quem se fala que pode inclusive estar presente em Veneza.
THE ROAD
Esteve para ser uma das mais fortes apostas para este ano de 2008 mas acabou por ser adiado por problemas de pós-produção. E volta a entrar nas listas dos favoritos. Trata-se de The Road, projecto baseado num dos mais lidos livros de Cormac McCarthy (autor de No Country For Old Men), uma história apocalíptica sobre o fim do Mundo e a incerteza que se lhe segue para os poucos humanos que sobreviveram ao cataclismo.
Um filme que provavelmente cairá melhor à critica que ás grandes associações, The Road conta com Viggo Mortensen, Charlize Theron e o jovem Kodi Smith-McPhee (filho de Will Smith que já vimos em Pursuit of Happiness) sob as ordens de John Hillcoat.