Quinta-feira, 14 de Outubro de 2010

Estreias - A cidade do crime

Depois da auspiciosa estreia em Gone Baby Gone o actor-argumentista-cineasta Ben Affleck volta a dar um passo em frente assumindo-se como um dos rostos mais refrescantes da filmografia norte-americana contemporânea. The Town é uma viagem séria e crua ao mundo do crime de Boston e uma porta aberta para entender os mecanismos que funcionam no impessoal mundo de hoje.

O seu passado ao lado de Jennifer Lopez marcou-o bastante aos olhos da critica e do público cinéfilo. Alguns começaram a "perdoar-lhe" os seus pecados pessoais quando Affleck se aventurou no tortuoso mundo do desaparecimento de crianças como Gone Baby Gone, protagonizado de forma sublime pelo seu jovem irmão Casey. Três anos depois o jovem que ganhou um Óscar como co-argumentista de Good Will Hunting (ao lado de Matt Damon) confirma a sua maturidade à frente e atrás das camaras com The Town, um dos grandes sucessos de bilheteira do Outono norte-americano.

O filme segue a relação entre um ladrão profissional e uma das suas vitimas. Um amor imediato que coloca em cheque toda a organização familiar para a qual ele trabalho e que depende do testemunho da jovem para evitar uma queda no abismo. Cercado pelo amor e pela lealdade, Doug McRay terá de escolher entre o futuro e o presente. E rapidamente antes que a situação saiu totalmente fora de controlo.

 

Um elenco de luxo (estão Jeremy Renner, Blake Lively, Rebecca Hall, John Hamm, Chris Cooper...) e um ritmo bem medido garantem um entretenimento de primeiro e uma história com uma moral profunda à volta dos valores pelos que se regem hoje as relações sociais, presas por leves espartilhos, tão finos que se podem quebrar a qualquer momento.

 

A semana fica igualmente marcada por duas estreias "terroríficas":

 

Pandorum coloca lado a lado Dennis Quaid e Ben Foster numa viagem pelo espaço repleta de extra-terrestres com sede de sangue. Os dois são pilotos de uma nave que ruma sem sentido e sem missão até que se encontra com a cruel realidade de que a Humanidade definha lentamente. Christian Alvart dirige a co-produção germânico-americana.

The Last Exorcism leva-nos até mais uma história que recupera as bases do sucesso The Exorcist, um padre especializado em duelos com o demónio e uma adolescente alterada por uma série de estranhas circunstâncias. A partir daí o filme solta-se num ritmo frenético de morte, perseguições e maldições de final inesperado. Daniel Staam é o director de um elenco de desconhecidos como Patrick Fabian, Ashley Bell Iris Bahr.

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 14:49
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Quinta-feira, 7 de Outubro de 2010

Estreias - Terror à espanhola

REC surpreendeu pela originalidade com que o jovem cineasta espanhola Jaume Balagueró inventava uma viagem aos infernos de uma jornalista e o seu intrépido cameraman num edificio envolto na mais profunda tragédia. Três anos depois chega a segunda parte que retoma as ideias que inspiraram o filme original mas que perde na originalidade do tema e forma com que se mergulha neste mundo de zombies espanhóis. 

 

O ar assustado de Manuela Velasco, revelada pelo notável desempenho no REC inaugural, deixou-nos com a curiosidade aguçada para saber o que realmente teria sucedido à jornalista e ao seu camera no coração daquele edificio barcelonês a que acudiram para acompanhar uma equipa de bombeiros. Naquela viagem aos infernos mergulhamos num universo de terror puro onde a partir de determinada etapa só a visão em night mode de uma camera profissional com o eterno REC sempre presente nos salvava de ser agarrado por um dos zombies que se cruzam pelo caminho. O modo de falso documentário funcionou, o filme foi um sucesso retumbante. A sequela era inevitável, mesmo para um género pouco dado a isso e que no caso espanhol, brota de vitalidade e originalidade desde há vários anos para cá.

 

Em REC2 a fórmula está lá (o falso documentário), o edificio é o mesmo (não há surpresas) mas os protagonistas mudam.

Informados dos eventos que se vão sucedendo a ritmo frenético, as autoridades enviam uma SWAT team ao edificio com um inspector preparado para colher amostras de sangue dos infectados pelo virus demoníaco. Pelos esgotos entra outro grupo de curiosos, incapazes de adivinhar o que os espera dentro. O ritmo frenético mantém-se, a sensação de perigo também, mas a perda do efeito novidade é um handicap dificil de contornar.

Joan Plaza e Balagueró, a dupla responsável pela aventura, renovou o elenco e tentou oferecer uma nova sensação de terror, mas apesar de se manter um projecto acima da média, perde em comparação com a história original, um dos filmes de terror mais significativos do cinema europeu da última década. Filme para os amantes do género e os admiradores confessos de REC, esta segunda etapa chega quase com um ano de atraso às salas lusas e antes de que estreim as duas próximas aventuras, uma prequela dirigida por Plaza e uma última sequela, da autoria de Balagueró.

 

Esta semana também estreiam:

 

Foi um dos desempenhos mais louvados e menos notados do passado ano. Clive Owen ressuscita depois do seu mergulho quase suicída no universo do cinema de acção, com uma notável performance em The Boys Are Back. Relato de um jornalista desportivo que fica viuvo e com a responsabilidade de educar o jovem filho, prestes a entrar na adolescência, com quem tinha até então uma relação distante. A primeira resposta que encontra é dizer que sim a tudo o que lhe pede o filho mas isso rapidamente vai ensinar-lhe o quão realmente complicado é ser pai. Emma Both e George MacKay completam o elenco do filme dirigido por Scott Hicks.

 

A morte é incapaz de separar dois irmãos extremamente unidos. Será o amor capaz de o fazer? É essa a premissa de Charlie St. Cloud, história de um adolescente que promete ao irmão falecido que nunca o abandonará se este lhe fizer companhia. O espirito do irmão e o jovem brincam e vivem enquanto este visita regularmente a sua campa, mas a chegada de uma jovem rapariga à cidade promete quebrar o que a amizade jurou que era eterno. Veiculo para Zac Efron dirigido por Burr Steers e com Charlie Tahan e Amanda Crew no elenco.

 

O cinema animado continua à procura da nova galinha dos ovos de ouro. Legend of the Guardians: The Owls of Ga'Hoole, aposta num elenco de vozes juvenil (Emille de Ravin, Abbie Cornish) com vários nomes sonantes (Helen Mirren, Hugo Weaving, Geoffrey Rush) e um director habituado a apostas arriscadas (Zack Snyder, co-autor de 300). Um filme onde as corujas são as protagonistas de uma história de coragem e adversidades que sempre chega a bom porto.

 

Emulando o sucesso de Tropic Thunder, os comediantes do Saturday Night Live, Will Forte e Kristen Wigg protagonizam McGruber, filme que mescla a comédia com a acção mais ligeira com repetidos gags que fazem menção às aventuras de McGyver e aos filmes de agentes especiais. Actores de wrestling, nomes sonantes como Val Kilmer e Ryan Philip numa mistura apta apenas para os fãs do icónico programa de entretenimento.

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 10:37
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Quinta-feira, 30 de Setembro de 2010

Estreias - Geração Oprah

Desde que foi recomendado no programa diário da apresentadora Oprah Winfrey, o sucesso de Eat, Pray, Love livro abriu as portas à inevitável adaptação cinematográfica como sucede com qualquer best-seller do momento. O filme segue a tendência do livro, manual existencial para a geração yuppie que se senta a ouvir as palavras da sua guru e acredita ter atingido o cume da felicidade.

Reciclada Julia Roberts - actriz que nunca o foi em grandeza mas que nunca perdeu o condão da popularidade - depois de um hiato longo com pontuais aparições que mal se fizeram notar, o filme dirigido com simplicidade (talvez em excesso) por Ryan Murphy, está para os existencialistas de Oprah como Sex and the City está para as fashion-victims das grandes urbes. Um guia existencial para colocar em prática sob pena de sentir-se vazio em comparação com a mulher sentada ao lado. Eat, Pray, Love não é um filme feminino nem muito menos uma história feminista mas é claramente um projecto com um público alvo determinado: as mulheres, donas-de-casa sem aflições económicas ou empresárias, filhas da geração yuppie, a quem o dinheiro só já não chega. Tem de vir acompanhado por algo. Substancial, existencial. Digno.

 

Essa vergonha do êxito e do dinheiro tem marcado a literatura light norte-americana e o pensamento dos talk-shows da tarde. Com ele chega um público ávido de mensagens positivas. Como a protagonista desta história, uma mulher norte-americana que deixa tudo para trás (incluindo um divórcio inesperado) para procurar as três coisas que dão cor à vida: Comer, Rezar e Amar. Passa da bella Italia à mistica India e acaba com um amante latino (essa fantasia da América Branca feminina) na paradisíaca Bali. Javier Bardem surge nessa etapa a completar um elenco de nomes iluestres onde se destacam James Franco, Viola Davis, Richard Jenkins ou Billy Crudup.

 

Um filme com reviews compreensívelmente baixas que não deixa de espelhar a facilidade em que Hollywood embarca hoje em dia em projectos inspirados pela "hype" do momento sem entender que há sempre uma tecla que não funciona perfeitamente. Eat, Pray, Love entra nesta categoria e passe, sem honra nem glória, pelo ano cinematográfico.

 

Esta semana estreiam ainda:

 

António Ferreira regressa com mais uma aventura comercial com Embargo, comédia existencial centrada na vida de uma personagem embargada com a própria vida. Um empregado de uma roullote com um sonho (e um plano) acaba preso no seu automóvel em plena crise do petróleo, incapaz de por a andar a sua nova empresa e com tempo suficiente para analisar os porquês da sua vida ter entrado numa espiral negativa sem fim aparente. Filipe Costa, Cláudia Carvalho, Pedro Diogo, Fernando TabordaJosé Raposo dão forma ao elenco do projecto.

A tortuosa relação entre o IRA e o Reino Unido continua a dar pano para mangas à medida que se vão conhecendo várias histórias que marcaram os anos de tensas relações entre ingleses e irlandeses. 50 Dead Men Walking segue a viagem encoberta de um agente policial inglês treinado para infiltrar-se e sobreviver dentro da organização terrorista irlandesa nos quentes anos 80. Dirigido por Kari Skogland o filme conta com Ben Kingsley, Jim Sturgess, Kevin Zegers Rose McGowan.

Se há um filão que não se esgota em Hollywood é, sem dúvida, o da paródia dos grandes êxitos de bilheteira. Começou com as sagas de terror adolescente e segue, ano após ano, repetindo fórmula, actores, productores e paradiados. Vampires Suck é a última adesão à causa, desta feita num exercicio de paródia ao universo Twilight com um toque musical com wannabes de Lady Gaga ou dos Black Eyes Peas a entrar em cena. Jason FriedbergAaron Seltzer dirigem, Matt Lanter, Chris Riggi Ken Jeong protagonizam.

Lasse Hallstrom dirige o remake do sucesso japonês Hachiko, história da relação de amizade entre um cão e um professor universitário relatada em flashback. Hachi é um cão enviado com destinatário mas que se perde pelo caminho e encontra em Parker, um professor que passava por acaso na estação onde se encontrou Hachi, um amigo inseparável. Um amigo para a eternidade. Richard Gere e Joan Allen protagonizam um dos dramas mais belos do ano cinematográfico.

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 14:02
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Quinta-feira, 16 de Setembro de 2010

Estreias - Portugal Marginal

O cinema português precisa do risco como do pão para a boca. Farto de repetir as velhas fórmulas do Bem e do Mal, do artistico e do comercial, o cinema em Portugal mergulha para procurar ar em projectos que teiam em contrariar a tendência auto-destructiva de décadas e décadas de erros acumulados. Marginais é um desses mergulhos.

Hugo Diogo decidiu filmar as pessoas em vez de congelar o espaço. Centrou-se na relação desses "marginais" da rotina quotidiana que dão a contra-luz a uma cidade mergulhada no seu pequeno mundo. Uma história que se desmultiplica e se volta a cruzar num remoinho inevitável de coincidências de desfecho imprevísivel mas potencialmente fatal.

 

Há uma mulher que quer seguir em frente com a sua vida mas que tem de lidar com um pai que vê nela a continuação da mulher falecida e com uma filha abandonada por tudo e todos à sua sorte. Há também o namorado, o rapaz que acha que a vida deve ser vivida com a tranquilidade de um lar, um trabalho estável e uma familia mas que sofre o acosso da sombra do seu irmão, um marginal em toda a acepção do termo que não perdoa ao irmão a culpa de ter causado a morte da sua mãe. A cruzar-se na passadeira desta vida entre bandos, um jovem músico amargurado com a vida que procura trazer um pouco de harmonia ao caos geral.

 

José Fidalgo, Patrícia AndréInês Guimarães protagonizam este drama social de recorte luso onde a acção perde ritmo e ganha em intensidade e em que o incesto, o crime, a culpa e a perda da inocência reflectem o lodo que pisam os protagonistas de uma vida bem real.

 

Esta semana estreiam igualmente nas salas portuguesas:

 

Um olhar muito pessoal e profundo sobre a triste realidade urbana que decepa o coração da capital portuguesa (e não só) é a imagem que acompanha a viagem de Marta Pessoa, autora do documentário Lisboa Domiciliária. Um retrato da vida de idosos, pensionistas, toxicodependentes, gente abandonada pelos seus, que se esconde do rebuliço urbano por detrás de paredes que escondem a crueza com que ainda se vive nos dias de hoje.

Die Papstin marca o regresso a um dos mitos mais profundos da história da igreja Católica, o da "Papisa Joana". Dirigido por Sonke Wortmann e protagonizado por Johanna Wokalek, o filme mergulha na vida de Joan Anglicus, um estudioso erudito da Alta Idade Média que acabou por ascender no seio da Igreja Católica até chegar ao cume da caminhada: o Papado. No entanto, dois anos depois, foi apedrejado até à morte quando se descubriu o seu mais obscuro segredo: Joan era, na realidade, uma mulher.

Alle Anderen foi uma das revelações locais no último Festival de Berlim e apesar de ter passado ao largo dos prémios finais, deixou bom saber de boca. Gitti e Chris são um jovem casal em crise que decide partir para umas férias de reconciliação onde aprenderão, a pouco e pouco, a conhecer-se um pouco melhor, paranóias e sonhos incluidos. Dirigido por Maren Ade o filme é protagonizado por Birgit Minichmayr e Lars Eidinger.

Em grande forma, apesar do cancro recentemente diagnosticado, Michael Douglas destacou no final do ano passado com um regresso oportuno ao registo de comédia em Solitary Man. História de um homem de meia idade em crise existencial que se perde entre adolescentes, negócios falhados e uma série de dúvidas que o fazem questionar sobre se os caminhos que decidiu tomar ao largo da sua vida realmente fizeram sentido. Brian Koppelman dirige um filme que conta ainda com Susan Sarandon, Danny de Vitto, Mary Louise Parker e Jessie Eisenberg.

Jennifer Anniston continua a sua campanha ao titulo de nova rainha da comédia ligeira norte-americana com The Switch, filme dirigido por uma dupla, Josh Gordon e Will Speck, e co-protagonizado por Jason Bateman. A história de uma mulher a entrar rapidamente na meia idade e incapaz de conseguir um compromisso que lhe permita ser mãe ganha contornos quase reais com a vida da própria actriz que, inclusive, já confirmou que pensou em adoptar a mesma postura que Kessie, a personagem que interpreta no filme: recorrer à inseminação artificial com uma inesperada ajuda do mais improvável dos doadores.

 

Nova aventura de Milla Jovovich ao leme de Resident Evil, dirigido por Paul W. S. Anderson, e com Wentworth Miller e Ali Larter como coadjuvantes nesta enésima incursão ao universo pós-apocaliptico de um dos mais celebres videojogos da história.

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 09:51
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Quarta-feira, 11 de Agosto de 2010

Estreias - A velha guarda

São a elite. De outra era. De uma época onde o cinema de acção decidiu apostar em homens fortes, com mau caracter e muito músculo. Superados hoje pelo universo dos heróis de banda desenhadas, pelas personagens de videojogos e pelo universo de efeitos especiais, eles são, mais do que nunca, os dispensáveis. E por isso, também por isso, imortais.

Reunir num só filme a nata do cinema de acção da década de 80 parecia uma tarefa impossível. Particularmente numa era onde esse género caiu claramente em desuso e que os seus grandes e mais emblemáticos nomes se viram reduzidos a pequenos papéis noutras produções. Talvez por isso seja maior ainda o mérito de Sylvester Stallone, director e protagonista deste drama "à antiga" que junta uma pequena grande elite de actores reconhecidos pela sua presença, mais do que pelo seu talento à frente das camaras.

 

The Expendables demorou vários anos a concretizar-se mas já é uma realidade.

A história de um grupo de mercenários, contratado para derrubar um ditador de um país sul-americano parece uma premissa reminiscente desse modelo de filmes que os anos 80 ajudaram a popularizar. Quando chegam ao modesto país a sua missão ganha contornos particulares já que, para além de derrubar o ditador, eles terão de assumir a responsabilidade de ajudar uns aldeões desesperados e à procura de uma verdadeira horda de salvadores.

Co-protagonizado por Arnold Schwarzenneger, Jason Statham, Jet Li, Mickey Rourke, Bruce Willis e Brittany Murphy, o filme ameaça passar ao lado da geração actual mas para os mais nostálgicos será uma verdadeira viagem no tempo.

 

Esta semana estreiam também:

 

Letters to Juliet centra-se na história de uma jovem adolescente americana que descobre nas ruas de Verona una carta anónima escrita para "Julieta". Decide então descobrir quem é o romântico jovem responsável pela carta, envolvendo-se numa fantástica aventura pelo passado da imortal obra de Shakespeare. Amanda Seyfried e Gael Garcia Bernal protagonizam o drama romântico dirigido por Gary Winnick.

Robert Luketic dirige Killers, história de um casal que se conhece numas férias de Verão e que rapidamente decide casar. A sua lua-de-mel termina abruptamente quando o casal descobre que os seus vizinhos são assassinos contratados para os assassinar. Ashton Kutcher e Katherine Heigl protagonizam esta comédia estival.

 

The Last Airbender marca o regresso de M. Night Shyamalan da pior forma. Arrasado pela critica norte-americana, ignorado pelo público, a adaptação da série televisiva da Nickelodeon resultou ser um verdadeiro fiasco. Aang é o último dos Avatares capazes de colocar um ponto final numa longa guerra entre a Nação do Fogo e as nações dos restantes elementos. Para isso terá de por à prova o seu talento na incansável busca por uma harmonia que parece já não existir à face da Terra. Jackson Rathbone, Dev Patel Cliff Curtis protagonizam o filme. 

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 15:11
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Quarta-feira, 4 de Agosto de 2010

Estreias - Obsessão

O cinema francês continua a exercer um especial fascinio pelos fantasmas do passado. Les Regrets marca mais uma pauta nessa interminável viagem dos cineastas gauleses a um passado que transforma um presente seguro num futuro túrbio e longinquo.

Mathieu, um arquitecto de prestigio regressa à pequena cidade onde nasceu para visitar a mãe, recentemente hospitalizado. É um homem de sucesso, que fez carreira em Paris, mas que sempre teve um olhar nostálgico aos dias da sua juventude. Um dia, enquanto caminhava rumo a casa dos pais, cruza-se na rua com Maya, a sua primeira paixão. Um romance juvenil mal acabado e ignorado pela jovem que caminha de mão dada a outro homem com um menino nos braços. Destroçado pela visão. Mathieu começa a pensar sobre o rumo da sua vida. Até que chega a noite e com ele um telefonema de Maya. De uma mulher que precisa desesperadamente de o rever.

 

Cedric Kahn tem-se consagrado como um dos mais frescos cineastas franceses dos últimos anos. Les Regrets marca mais uma viagem do autor ao passado, à história por contar de um amor que não era impossível mas que se tornou irrepetível quando a vida surgiu diante de um jovem casal, forçado a seguir o seu caminho. O reencontro, o voltar atrás, torna-se numa louca obsessão para os personagens protagonizados por Yvan Attal e Valeria Bruni Tedeschi.

 

Um filme que destroça a essência das relações juvenis e arrasta os fantasmas do passado para uma realidade alternativa onde o amor desaparece abrindo caminho ao mundo da pura obsessão.

 

Esta semana estreiam também:

 

A mitica história do Barão Vermelho ganha vida em Der Rote Baron, protagonizado por Tomás Koutník, Tomás Ibl, Albert FrancJoseph Fiennes e dirigido por Nikolai Müllerschön. O relato da vida e morte do aristocrata alemão, celebre pela sua destreza e cavalheirismo nos céus durante a I Guerra Mundial, que sempre fez parte do imaginário bélico da história do Século XX.

Depois da morte do seu velho professor de basket, cinco amigos de escola decidem juntar-se para passar umas férias inesquecíveis e relembrar os seus dias de adolescentes. Grown Up está dirigido por Dennis Dugan e conta com Adam Sandler, Rob Schneider, David Spade, Chris Rock e Maria Bello no elenco.

Censurado em Espanha pela excessiva violência, Saw VI marca o regresso ao universo sanguinário e sem perdão de Jigsaw e dos seus acólitos. Kevin Greteurt dirige o filme protagonizado por Tobin Bell, que encarna o papel de Hoffman, o fiel herdeiro dos esquemas mortais do enigmático Jigsaw, agora procurado pelos seus antigos colegas do FBI.  

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 15:36
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Quarta-feira, 28 de Julho de 2010

Estreias - Quinze anos depois

A gigantesca máquina de imaginação da Pixar não tem por hábito cair no mundo das sequelas. Toy Story é uma excepção. Forçosamente terá sempre de o ser. O filme que catapultou o pequeno estúdio para a ribalta do universo do cinema animado está de regresso para uma terceira parte que não fica nada a perder com os dois filmes originais da saga. Parece que foi ontem.

Quando a Disney e o mundo de The Lion King ainda eram uma realidade em Hollywood a Pixar surgiu para dar um murro na mesa.

Sob a forma de Toy Story. O divertido filme em que dois brinquedos, um cowboy e um astronauta, lutam para disputar a primazia do seu jovem dono fez história e tornou-se num dos maiores sucessos de critica e bilheteira da história. Foi o filme que definiu a nova era da animação e a sua sequela, lançada pouco anos depois, provou que a fórmula era certeira.

Agora, quinze anos depois, os bonecos com vida do quarto de Andy regressam em grande com uma aventura que cumpre as expectativas. Lee Unrkich dirige o habitual elenco de vozes (Tom Hanks, Michael Keaton, Joan Cusack, Whoopi Goldberg) nesta drama com traços de comédia inesquecíveis filmado inevitávelmente no novo formato 3D. Não traz o habitual toque de moralismo humano dos últimos filmes da productora, mas serve para reencontrar a Pixar com o seu público original, tantos o infantil de hoje como aqueles que em 1995 ficaram encantados com o nascimento de uma rivalidade que já entrou para a história.

 

Andy está a caminho da Universidade e já não tem necessidade de ter tantos brinquedos. O seu futuro é outro mas o que se sucederá a Buzz, Woody e aos restantes amigos de tantas desventuras. Serão separados definitivamente do seu velho amigo ou espera-os algo bem mais assustador? O filme centra-se na aventura do grupo, quando os bonecos de Andy são entregues por engano num centro infantil, em vez de serem armazenados no velho sotão da casa dos pais de Andy.

Neste novo mundo, repleto de crianças, a sua existência corre um sério risco e torna-se necessário que, uma vez mais, Buzz e Woody se unam para liderar o resgate dos brinquedos que acham que foram abandonados pelo seu dono. Para ajudá-los nesta nova aventura chegam Ken, o eterno namorado de Barbie, e Lott´s-of-Huggin, um urso cor-de-rosa com vários truques na manga.

O filme promete ser o grande sucesso de bilheteira do Verão, e talvez do ano, e já tem reunido o apoio suficiente para emular o sucesso de Up e apresentar a sua candidatura aos Óscares da Academia no próximo Inverno. Há algo que este estúdio não consiga?

 

Esta semana estreiam também:

 

Depois de se ter tornado numa das séries mais populares dos anos 80, as aventuras de Hanniball, Murdoch, Templeton e B.A. passam definitivamente ao grande ecrã na adaptação cinematográfica de A-TEAM. O filme segue as aventuras do quarteto de veteranos do Iraque (subtil mudança com o Vietname da versão original), transformados em mercenários com um sentido muito particular de justiça, pela administração norte-americana que os acusa injustamente de um misterioso assassinato em terras iraquianas. Fugitivos da justiça, o seu objectivo é apenas um: limpar o seu bom nome e perseguir o homem por detrás do assassinato do seu comandante. Joe Carnahan, autor de MI3 dirige o filme protagonizado por Liam Neeson, Jessica Biel, Sharlto Copley, Bradley Cooper, Quinton Jackson e Patrick Wilson.

Kynodontas é um drama profundo sobre o papel da sociedade na educação. Uma familia vive em total reclusão do mundo exterior por decisão do pai que considera que a sociedade contemporânea perdeu todos os valores. Manda erguer um muro imenso à volta da sua vivenda e, a partir daí, cerca os filhos com um sistema educativo à antiga, apenas escamoteado por visitas regulares da sua secretária, o único traço do mundo exterior que os pequenos adolescente conhecem. Entre eles começa a forjar-se um imenso desejo de saber mais. De tudo. Giorgos Lanthimos dirige o filme protagonizado por Christos Stergioglou, Michelle Valley, Aggeliki Papoulia.

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 11:00
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Quarta-feira, 21 de Julho de 2010

Estreias - O preço de um sonho

Não há realizador capaz de gerar tanta admiração com tão pouco trabalho nos dias de hoje como o britânico Christopher Nolan. Bastaram cinco filmes para consagrá-lo na estrela da sua geração. Inception, um trabalho de mais de uma década, almeja ser o corolário de uma carreira que promete ser inesquecível. Um filme para marcar um antes e um depois. De tudo.

Desde a sua origem que todo o mistério que rodeou Inception deixou claro que Chris Nolan, o homem que ressuscitou a saga de Batman, gosta das coisas à sua maneira. No mais profundo dos segredos. Ainda hoje, já com o filme a rolar no box-office norte-americano, há muitos pontos soltos por descobrir. Tal é a teia montada pelo cineasta, que é também co-argumentista, de um projecto revolucionário, marcante para o cinema de ficção cientifica como o foi Matrix ou Blade Runner no passado.

Neste thriller futurista, nada é o que parece. E tudo tem um preço. Excessivo talvez. O impacto visual, que aqui não funciona como a base mas sim como a consequência, ampara um guião amplamente estruturado, seguindo a estela do genial The Dark Knight, um dos filmes mais impactantes da última década.

 

Um equipa de assalto especial liderada por um homem com um passado demasiado encoberto para se perceber onde começa a realidade e onde terminar o sonho. Um trabalho impossível, para a maioria claro. Implantar um sonho na mente de um jovem executivo. Dar origem a uma nova ideia, a um novo começo. A troca de muito dinheiro. E uma segunda oportunidade.

É essa a base de trabalho onde arranca Inception. Um filme marcado, de forma sublime, pela orquestração de todos os elementos, desde a biblica banda sonora à impressionista cinematografia. No meio, o coração, o elenco liderado por Leonardo Di Caprio. Mas que vive com o trabalho de Marion Cotillard, Ken Watanabe, Ellen Page, Michael Caine, Cilian Murphy e Joseph Gordon-Levitt da mesma forma que segue o drama interior de Cobb, o lider do gang, o homem dos pesadelos.

 

Inception era, há muito, a estreia mais antecipada do ano. O primeiro feedback que chega dos States, não podia ser mais entusiasmante. Um filme destinado a marcar o ano e talvez uma geração. Obra e graça de um cineasta de excelência como Nolan. Como ele há poucos.

 

 

Esta semana estreiam também:

 

O cinema português continua num modo de copy-paste com Fernando Fragata agora a procurar emular o sucesso do cinema mosaico indie norte-americano de Crash e Babel. Em Contraluz várias pessoas vão-se cruzando e percebendo como um só evento é capaz de despoletar tantos episódios particulares na vida de pessoas que não apresentam nenhuma relação entre si. Joaquim de Almeida, Ana Cristina de Oliveira e Scott Bailey protagonizam o filme.

Enésima tentativa de adaptar ao grande ecrã as irrepetíveis aventuras de Lucky Luke, o homem mais rápido que a própria sombra. No filme de James Huth o pistoleiro mais rápido do Oeste é encarnado por Jean Dujardin e as suas viagens pelo Oeste selvagem, montando o seu branco Jolly Jumper, são marcadas pelos sucessivos reencontros com a quadrilha dos Daltons. Melvin Poupaud e Sylvie Testud co-protagonizam o filme.

Management centra-se na improvável e quase impossível relação entre um jovem de uma aldeia perdida no meio da Route 66 e de uma vendedora de arte sofisticada da costa Leste. Um motel no deserto, um enorme desejo de conexão e uma série de dúvidas existenciais. Stephen Belber dirige Steven Zahn e Jennifer Anniston nesta comédia ligeira e existencialista.

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Autor Miguel Lourenço Pereira às 09:24
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