Faust do cineasta russo Aleksander Sukorov arrebatou o Leão de Ouro no festival de Veneza deste ano.
Uma vitória polémica pela natureza da obra do filme mas, sobretudo, pela qualidade dos restantes candidatos, alguns dos quais sairam do certame sem qualquer galardão. Foram os casos de A Dangerous Method, The Ides of March ou Tinker, Taylor, Soldier, Spy.
Faust era tido como um candidato sério a vencer o prémio Especial do Juri mas acabou por bater o hiper-favorito Shame, de Steve McQueen, na corrida ao prémio que fecha o circuito de festivais europeus do ano. O polémico filme do cineasta inglês acabou por ter de se contentar com a vitória, indiscutível, de Michael Fassbender que levou para casa a Copa Volpi, prémio ao melhor actor do certame, batendo Gary Oldman e Ryan Gosling na corrida final. Na categoria feminina o triunfo coube à chinesa Deanni Yip, apesar das casas de apostas darem a britânica Kate Winslet como clara favorita.
O galardão ao melhor argumento acabou nas mãos do grego Yorgos Lanthimos, autor de Alps, enquanto que o elogiado Whutering Heights da cineasta inglesa Andrea Arnold teve de contentar-se com o prémio à melhor cinematografia.
Nos últimos cinco anos George Clooney passeou por Veneza quatro vezes para promocionar os seus novos filmes. Em todas elas recebeu a respectiva ovação. O actor norte-americano sente-se em casa em Itália e mais ainda no certamente veneziano que o consagrou como realizador com Good Night and Good Luck. e que sempre valorizou o seu trabalho como actor, de Michael Clayton a The American passando por Up in the Air.
Normal portanto que o seu regresso à direcção depois do malogrado She´s the Catch se desse em território dos Doge. E o sucesso estava garantido.
A critica e o público receberam The Ides of March com entusiasmo genuino.
Um regresso de Clooney à sua dimensão mais politicamente activa, herança natural do cinema de Pakula e Lumet, num filme que segue a carreira de um governador disposto a tudo para transformar-se em Presidente dos Estados Unidos. Uma análise cinica e seca do sistema politico americano com um Clooney superlativo secundado por Ryan Gosling, Philip Seymour-Hoffman, Paul Giamatti, Marisa Tomei, Evan Rachel Wood, Jeffrey Wright e Ryan Philiphe, uma equipa de alto standing preparada para fazer brilhar (ainda mais) o papel central de Clooney na obra que o relança como uma das máximas figuras do cinema norte-americano dos últimos anos.
O filme que já se colocou na linha da frente para a próxima edição dos Óscares abriu o certame que vai ter lugar na capital do Adriático na próxima semana e meia.
No alinhamento do festival estão ainda A Dangerous Method, o regresso da dupla Cronenberg-Mortensen com uma viagem aos dias inaugurais da psicanálise, com uma história de amor intensa a intrometer-se na relação entre Freud e Jung (Fassbender e Knightley completam o elenco), Shame (de Steven McQueen), o antecipado Tinker, Taylor, Soldier, Spy (remake do assombroso The Spy Who Came from the Cold), uma nova versão de Wuthering Heights, o regresso de Roman Polanski com Carnage (com Kate Winslet e Jodie Foster frente a frente), o hipotético último filme de Steven Soderbergh Contagion (com Damon, Cottilard e outras estrelas supremas de Hollywood) ou Killer Joe, enésima tentativa de William Friedkin de revitalizar a sua carreira internacional.
A 68º edição do festival dirigido este ano, pela última vez, pelo suiço Marco Mueller, termina a 10 de Setembro com a entrega do Leão de Ouro como momento alto.
Terrence Malick, o cineasta que vive na penumbra, foi o grande vencedor da edição 2010 do Festival de Cannes.
Ausente, como nele é habitual, foi um fantasma que rodeou todo o certame desde que o seu The Tree of Life foi exibido no inicio da semana perante o espanto e cepticismo de grande parte da plateia. Um filme que muitos comparam a 2001, pela sua mensagem existencialista (e pela ausência de uma conclusão perceptivel) e que conquistou o juri liderado por Robert de Niro. Protagonizado por Brad Pitt, Sean Penn e um dinossauro, The Tree of Life é isso mesmo, um filme que viaja desde o passado mais remoto do planeta Terra até à vida da América presente num tom tão poético e bucólico como o seu Days of Heaven, filme que lhe granjeou a fama de autor inacessível e inimitável no final da década de 70.
Contra qualquer prognóstico (muitos antecipavam a esperada coroação de Pedro Almodovar, que de novo sai de Cannes de mãos vazias), o filme de Malick foi o súbtil suficiente para não provocar rejeição e isso, num festival, é meio caminho andado para a vitória. Que o diga Lars von Trier, personan non grata por parte de um Festival que sempre o teve em alta estima, e que perdeu com as suas declarações uma boa possibilidade de levar a Palma de Ouro para casa. Quem saiu beneficiada com o polémico filme do dinamarquês foi a norte-americana Kirsten Dunst, vencedora do prémio de Melhor Actriz pela sua performance como noiva depressiva nesse Melancholia a roçar o fim dos tempos. Vencedor do prémio de Melhor Actor, o francês Jean Dujardin, foi o espelho desse outro lado do festival, a consagração do local e alternativo. Um papel mudo na sua essência e sentido que serviu igualmente para consagrar o sucesso critico de The Artist do gaulês Michel Hazanavicus.
Por Cannes também passaram os prémios dos irmãos Dardenne (com o seu Le Gamin au Vello) ex-aqueo com o turco Once Upon a Time in Anatolia na categoria tão cobiçada do prémio especial do Juri, e do dinamarquês Nicolas Winding Refn, e o seu Drive com um Ryan Gosling superlativo. Sem a grande figura individual para receber o galardão mais cobiçado do circuito de festivais a festa terminou com a mesma acalmia com que se desenrolou e agora as celebridades preparam-se para um longo descanso até viajar a Veneza, com os milhões americanos do Verão a servir de palmeira à consagração dos mais insuspeitos dos autores.
Sob o fantasma ausente do cineasta iraniano Jafar Panahi (membro convidado do juri), o Festival de Berlim rendeu-se ao seu conterrâneo Asghar Farhadi e à obra Nader and Simin, um espelho das relações sociais no Irão do século XXI mas também das convulsões em que vive o país. O filme viu as suas rodagens suspendidas durante largas semanas e correu sérios riscos de ter ficado indefinidamente na prateleira.
O filme criou de tal forma um impacto no juri presidido por Isabella Rosselini que conseguiu um inusitado leque de prémios. Ao Urso de Ouro, entregue ao Melhor Filme, juntaram-se também os prémios de Melhor Actor e Melhor Actriz para o elenco masculino e feminino do filme onde pontificavam as figuras de Farhadi Sarina e Bayat Sareh.
O Prémio Especial do Juri foi entregue a A Torinói Ló enquanto que o galardão ao Melhor Realizador recai nos mãos do cineasta local Ulrich Köhler por Schlafkrankheit.
O Festival de Berlim surpreendeu pelos números positivos de espectadores e aproveitou ainda a oportunidade para relembrar a inesquecível filmografia do cineasta sueco Ingmar Bergman com uma reexibição da sua obra.
O Festival de Cannes 2011 anunciou que o próximo filme de Woody Allen abrirá o certame.
É o ponto final nas apostas em grandes projectos mediáticos para arrancar com o festival na Croisette e um regresso ao cinema de autor que é, também, o primeiro filme do cineasta nova-iorquino rodado totalmente na capital francesa. Midnight in Paris conta com um elenco estelar, por onde andam Marion Cottillard, Rachel McAdams, Owen Wilson, Adrian Brody, Michael Sheen e Carla Bruni e centra-se na relação entre dois casais norte-americanos que decidem passar uma temporada de férias contemplando Paris.
O filme sucede aos últimos e mais recentes fracassos do realizador, Wathever Works e You Will Meet a Tall Dark Stranger, e permite ao realizador regressar a um meio que o admira profundamente desde os seus primeiros sucessos na década de 70. Allen venceu em 1985 o prémio FIPRESCI por The Purple Rose of Cairo, mas os seus actores (e actrizes, principalmente) têm sido destacados galardoados no historial do certame.
O Festival de Cannes arrancará no próximo dia 11 de Maio e prolongar-se-á até ao dia 22 do mesmo mês na cidade costeira francesa. A organização do festival, presidida por Thierry Frémaux, anunciará no próximo mês a lista de filmes que irá desfilar pela passadeira vermelha mais icónica do circuito de festivais presidido este ano pelo icónico actor norte-americano, Robert De Niro.
Decorreu sem grandes sobressaltos e negociações sonantes a edição de este ano do Festival de Sundance.
Com Hollywood atenta aos prémios do ano - onde andam nomes fortes do festival do ano passado como Winter´s Bone e Animal Kingdom - chegou a vez do universo indie norte-americano juntar-se para coroar o seu novo campeão. O galardoado é Like Crazy.
História de um amor impossível à distância entre um adolescente americano e uma estudante britânica, depois desta ser oficialmente expulsa dos States, o filme captivou o Juri que lhe otorgou o grande prémio no meio de um aplauso consensual por parte da critica e público, e que fez a Paramount gastar 4 milhões de dólares para garantir a distribuição no próximo Outono. Protagonizado por Felicity Jones - vencedora do prémio de interpretação - e Anton Yelchin, o filme dirigido por Drake Doremus foi o grande vencedor do ano. Mas não o único.
Entre os restantes prémios atribuidos pelo jurado destaque para o documentário How to Die in Oregon e os vencedor das categorias de World Cinema, o ficcionado Happy, Happy e o documental Hell and Back Again. Já o público do certame preferiu premiar o drama Circumstance e o documentário Senna, sobre a vida do piloto brasileiro de automobilismo.
Sean Durkin, autor de Martha Marcy May Marlene, venceu o prémio à melhor direcção enquanto que Another Happy Day recebeu o galardão ao melhor argumento ficcional do ano.
O Festival de Sundance decorreu durante o passado mês de Janeiro em Park City, no Utah e, como se esperava, foi mais o foco colocado nos negócios de distribuição para o resto do ano do que, propriamente, nos filmes premiados. À parte de Like Crazy os montantes mais sonantes foram pagos aos projectos Take Shelter, Terri, Win Win ou Margin Call, que a partir de Setembro começaram a desembarcar nas salas de cinema.
A organização do Fantasporto fez público o programa de filmes que no próximo mês de Fevereiro irão desfilar pela cidade do Porto. Apesar das criticas à falta de apoio estatal e camarário, o Fantas, reconhecido como um dos festivais de maior impacto no mercado internacional, segue em frente para uma31 edição repleta de novidades.
O certame será inaugurado por The Resident, protagonizado por Hilary Swank e encerrará uma quinzena depois com Season of the Witch.
Pelo meio passarão pelo Rivoli em competição filmes tão esperados como A Serbian Movie, The Extraordinary Adventures of Adèle Blanc-Sec, Splice e I Saw the Devil. Entre eles se dividirão provavelmente os prémios de um festival que estreia este ano uma nova secção competitiva dedicada exclusivamente ao cinema português.
O Fantas 2011 continua também na sua forte aposta nas secções Semana dos Realizadores e Orient Express mas o grande destaque vai para a exibição, que abre o Pré-Fantas em estreia nacional, do mais recente sucesso de Danny Boyle, o trepidante 127 Hours.
A decorrer na cidade do Porto, o festival arranca a 25 de Fevereiro para terminar a 5 de Março com o célebre Baile dos Vampiros e contará com uma especial homenagem ao cinema de Jean Renoir, aos 150 anos do nascimento de George Melies e contará entre os elementos do juri com Maria de Medeiros, Joaquim de Almeida, Mick Garris e Joe Dante, entre outros elementos a confirmar à posteriori pela equipa de Mário Dorminsky.
Como era de esperar o último Festival de Veneza acabou num golpe de efeito a lembrar um dos filmes do presidente do Juri. A escolha de Somewhere como ganhador da edição deste ano de um dos mais prestigiados festivais de cinema soltou todos os alarmes relativamente à relação de QT com Sofia Copolla que volta à ribalta depois do falhanço em toda a regra que foi Marie Antoinette.
Não havia vivalma que não apostasse noutro ganhador do Leão de Ouro ao Melhor Filme que não fosse Black Swan.
O aclamado drama negro de Darren Aranoffsky era o máximo favorito e a derrota, surpreendente, aos pés do indie americano Somewhere, filme que marca o regresso de Sofia Copolla, acabou por ser uma surpresa em toda a linha. Rapidamente veio à memória a longa relação que mantiveram o presidente do juri, Quentin Tarantino, e a cineasta. Uma escolha muito pessoal que ensombrou um festival que perdeu o glamour de outras edições e que detém cada vez menos impacto dentro do circuito de festivais, com a grande atenção dos media focada em Toronto onde Hollywood apresenta grande parte dos seus trunfos do ano.
A vitória de Somewhere, filme que dividiu a critica que assistiu em Veneza ao regresso da autora de Lost in Translation, foi a grande surpresa do festival. Mas não foi a única. Natalie Portman, outro dos nomes fortes da edição deste ano do certame, foi afastada do triunfo mais do que previsto na Copa Volpi à Melhor Actriz pelo desempenho de Ariene Labed em Attenberg. Da mesma forma, o gaulês Vincent Gallo, sempre polémico, triunfou entre os actores pelo desempenho mudo em Essential Killing, filme que valeu ainda ao seu director, Jerzy Skolimowsi, o Prémio Especial do Juri.
O único triunfo de Black Swan acabou por cair nas mãos da jovem Mila Kunis que levou para casa o prémio Marcello Mastroiani à revelação do ano. Enquanto isso o cinema espanhol voltou à ribalta com o presidente da Academia Espanhola, Alex de la Iglesia, a juntar-se ao grupo de realizadores espanhóis triunfantes para lá dos Pirineus. O seu Balada Triste de Trompeta, um drama intenso sobre os anos da Guerra Civil, recebeu o Leão de Prata e o prémio ao Melhor Argumento.
Numa edição praticamente dominada por nomes europeus - contrariando uma tendência pró-asiática que se vinha verificando de há vários anos para cá - a polémica acabou por ser a nota dominante garantindo, tal como há alguns anos atrás em Cannes, que a presença de Tarantino no juri é sempre um sinónimo claro de surpresa ao final.
. Sukorov vence festival co...
. Veneza arranca com Cloone...
. The Tree of Life conquist...
. cinema
. estreias
. mitos
. noticias
. opinião
. oscares
. premios
. reviews
. rostos
. trailers